O magnésio é um mineral muito importante para o correto funcionamento do nosso corpo (mais informações sobre o magnésio neste post). Devido a isso, torna-se fundamental assegurar que este se encontra dentro dos valores normais, ou seja, que não está em falta nem em excesso. O principal órgão que contribui para essa situação é o rim, que excreta magnésio em função da sua disponibilidade. Dito de outra forma, se tivermos muito magnésio no sangue, o rim excreta mais, se tivermos pouco, o rim excreta menos.
A quantificação dos níveis de magnésio não é um processo simples, pois a maior parte deste mineral encontra-se no interior das células e nos ossos. De qualquer forma, estima-se que a concentração normal de de magnésio no sangue oscila entre os 0,75-0,95 mmol/L. Valores abaixo do limite mínimo são classificados como hipomagnesemia.
A carência de magnésio pode ser causada por vários fatores, nomeadamente um consumo muito baixo de alimentos ricos neste mineral, a presença de alguma patologia que impeça uma correta absorção deste mineral, ou ainda o consumo de medicamentos que promovam deficiência de magnésio. Devido a isso, há alguns grupos populacionais que tendencialmente se encontram num maior risco de vir a apresentar hipomagnesemia. Pessoas que sofram de doenças gastrointestinais, tais como, por exemplo, doença de Crohn, doença celíaca, podem apresentar problemas na absorção de magnésio. Os diabéticos também estão em maior risco, pois tendem a urinar mais, o que promove um aumento da excreção de vários minerais, incluindo o magnésio. Os alcoólicos são também um grupo de risco, não só porque a sua alimentação tende a ser desequilibrada, mas também porque é frequente a presença de vários problemas nestas pessoas, incluindo vómitos, diarreias, pancreatite, disfunção renal, problemas hormonais, etc. Também os idosos apresentam um maior risco de carência de magnésio, não só porque tendencialmente têm uma alimentação menos cuidada, mas também porque a absorção intestinal de magnésio diminui com a idade, e a excreção urinária do mesmo tende a aumentar. Além disso, também é mais frequente nestas pessoas a existência de doenças crónicas e o consumo de medicação que podem interferir com os níveis de magnésio no sangue.
A carência de magnésio designa-se por hipomagnesemia, e tende a ser mais frequente em idosos, alcoólicos, diabéticos e pessoas com doenças inflamatórias intestinais.
As principais manifestações desta carência são perturbações digestivas, tais como perda de apetite, náuseas e vómitos, e perturbações musculares, associadas a fadiga e fraqueza. Pode ainda causar dormência nos membros, formigueiro, cãibras, depressão e desregulação do ritmo cardíaco. Em casos extremos, pode originar uma diminuição dos níveis de cálcio e de potássio.
Por outro lado, o consumo de doses excessivas de magnésio, pode também ter um impacto negativo na saúde. Neste caso estou a falar do consumo excessivo de suplementos deste mineral e/ou de medicamentos que o contêm, e não de alimentos ricos no mesmo. Esta condição, designada de hipermagnesemia, origina diarreias, náuseas e cãibras abdominais. Em casos extremos, pode causar hipotensão, retenção urinária, depressão, fraqueza muscular progressiva, dificuldades respiratórias, batimentos cardíacos irregulares e até mesmo a morte. Apesar de ser muito rara, esta situação tende a surgir principalmente em pessoas que além de consumirem doses elevadas de suplementos e medicamentos contendo magnésio, apresentam ainda insuficiência renal, ou seja, não conseguem eliminar corretamente o excesso desse mineral.
O excesso de magnésio (hipermagnesemia) pode provocar distúrbios intestinais, retenção urinária, fraqueza, depressão, e, em casos graves, problemas cardíacos e eventualmente morte.