Nutrição geral

11 dicas para se alimentar corretamente durante a quarentena (parte 2)

Ontem publiquei um post com algumas dicas importantes para que a sua alimentação neste período de quarentena seja adequada (pode consultar esse post aqui). Hoje vou continuar a falar de mais alguns aspetos que devem ser valorizados no sentido de melhorar a alimentação neste período em que passamos mais tempo em casa:


Evite alimentos ricos em gordura – A gordura é, de longe, o macronutriente mais calórico. Fritos, folhados, frutos oleaginosos (frutos secos), enchidos e fumados, bolachas e molhos (maionese, ketchup, …) são, por isso, alimentos a evitar, de forma a que no final da quarentena a balança continue a ser sua amiga.


Seja inteligente na altura de fazer as compras – Ir às compras é algo que normalmente não é muito valorizado. A prova disso mesmo é que muitas pessoas nem sequer preparam uma lista com o que têm que comprar, e à medida que vão percorrendo os corredores dos supermercados vão comprando por impulso o que lhes apetece e que é muitas vezes impingido de forma direta ou indireta pelos vendedores e/ou pelas marcas. Antes de sair de casa faça uma lista com o que precisa, e, se possível, com as quantidades, para não se deixar influenciar pelas estratégias poderosas de marketing que existem nos supermercados. Não açambarque alimentos (enlatados, por exemplo), compre quantidades adequadas à validade dos mesmos (de que é que adianta levar 20 packs de iogurtes se a validade forem 10 dias???) e leia rótulos (mais informações sobre como ler rótulos neste post). E se não quiser ler no supermercado, para evitar mexer nos alimentos, leia em casa antes de sair de casa, na internet. Compre legumes e fruta fresca, mas compre também legumes e fruta congelada, para ter sempre esse tipo de alimentos em casa, laticínios (o leite tem muita validade), leguminosas secas (assim pode ir utilizando conforme for precisando), massa e arroz integral, ovos, algumas conservas, …


Congele alimentos – De forma a evitar saídas de casa desnecessárias, compre algum peixe e carne para congelar (mais informações sobre como congelar os alimentos neste post), ou opte pelas versões congeladas. Tente ser rigoroso nas quantidades que congela, e dessa forma quando descongelar já não vai correr o risco de ter uma dose exagerada de comida.

 

Quando for às compras tome boas decisões, dando particular atenção à composição nutricional e à validade dos alimentos.

 


Atenção ao bem-estar psicológico – Se é uma pessoa mais vulnerável do ponto de vista psicológico, e para quem a alimentação pode ajudar a sentir-se mais reconfortada, não desvalorize essa situação. Obviamente que não estou a dizer para comprar 20 pastas de chocolate, muito menos para comer chocolate todos os dias, mas a realidade atual mexe com o bem-estar psicológico e com a sensação de conforto de todos. Por isso procure ter quantidades estrategicamente limitadas de alguns alimentos que, num período de maior vulnerabilidade psicológica o possam ajudar a superar o mesmo.


Não gaste dinheiro em suplementos – Apesar de, nos últimos tempos, termos sido bombardeados com informação sobre 1001 suplementos que ajudam a reforçar o sistema imunitário, e até mesmo a combater o coronavírus (?!?!?!?!?!?!), infelizmente não está provado que qualquer desses suplementos faça efeito. Procure ter uma alimentação variada, equilibrada e nutritiva, para dar ao seu corpo tudo aquilo que ele precisa. Ou seja, deve investir na alimentação, e não na suplementação.


Não se pese todos os dias – Este é um conselho que me parece muito importante. Não tenha nada contra as balanças, e contra o hábito de as pessoas se pesarem. Aliás, no contexto atual é algo que pode ajudar a que não se desleixe com a alimentação. Mas nunca o deverá fazer todos os dias. Se se quiser pesar, deve fazê-lo apenas uma vez por semana, sempre no mesmo dia da semana, e na mesma altura do dia, pois diariamente há flutuações no peso que não têm significado na composição corporal da pessoa (por exemplo, uma maior acumulação de líquido, ou o facto de não ter ido à casa de banho no dia anterior). E se não gostar do que a balança lhe disser, utilize essa informação para mudar a sua alimentação, para que da próxima vez o número que aparecer na balança já esteja mais próximo do que pretende.

 

Opte por uma alimentação que lhe traga um bem-estar físico mas também psicológico.

 


Para terminar, gostaria de deixar aqui dois pedidos… O primeiro é que evite ao máximo sair de casa. Todos estamos desejosos de andar a passear na rua, de visitar os nossos familiares e amigos, de ir às compras livremente. E isso tudo há-de voltar a ser feito, mas a rapidez com que vamos regressar à normalidade depende da forma como nós cumprimos o isolamento social. O segundo pedido é para não desvalorizar a alimentação. Nunca tanto como agora fez sentido referir uma das frases que eu digo mais vezes: Se somos o que comemos, escolha ser saudável!

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