Recentemente escrevi um post a destacar a importância de ler os rótulos dos alimentos, sem se ficar apenas pela parte da frente da embalagem (pode consultar esse post aqui). Aliás, terminei o post com um incentivo para que começasse a ler os rótulos (espero que agora já dedique algum tempo à leitura de rótulos…). De forma a ajudá-lo nessa tarefa, hoje irei dar algumas dicas sobre como interpretar corretamente os mesmos.
Quando se fala num rótulo alimentar, é importante ter a noção de que há vários elementos que têm que estar obrigatoriamente presentes, nomeadamente a designação do alimento, quantidade do mesmo, data de validade, condições de conservação, empresa responsável, local de proveniência, modo de consumo, composição nutricional, listagem de ingredientes e presença de substâncias/ingredientes para as quais é frequente a existência de intolerância/alergia. Ou seja, como pode constatar, um “simples” rótulo contém muita informação que pode e deve ser valorizada pelos consumidores.
Num rótulo alimentar há algumas informações que devem estar obrigatoriamente presentes, enquanto outras são opcionais.
Eu diria que a primeira coisa a fazer, quando se lê um rótulo, é perceber se o produto está dentro do seu prazo de validade, e se as condições de armazenamento na loja estão de acordo com o descrito. Por exemplo, se for necessário refrigerar um alimento, e este estiver à temperatura ambiente, não deve ser adquirido.
Na composição nutricional de um alimento deve haver obrigatoriamente referência ao valor energético, quantidade de gordura (lípidos) total e gordura saturada, quantidade de hidratos de carbono total e açúcares, quantidade de proteína e quantidade de sal. Todos os restantes dados que possam aparecer nesta composição, são facultativos, e, por isso, têm tendência a aparecer apenas nos alimentos que apresentam uma composição favorável nos mesmos (elevado teor de fibras ou de determinadas vitaminas, por exemplo).
Em relação à listagem de ingredientes, há, desde logo, uma informação particularmente útil a destacar. Sabia que a ordem pela qual aparecem os ingredientes reflete a sua quantidade no alimento? Assim, da próxima vez que ler a lista dos ingredientes, já vai conseguir ter uma noção de qual a abundância relativa de cada um. Nesta listagem, muitas vezes aparecem códigos de 3 números com a letra E antes dos mesmos. Estes ingredientes são aditivos alimentares (mais informação sobre os aditivos alimentares neste post). Conforme tive oportunidade de escrever anteriormente, há muitos tipos diferentes de aditivos (mais informação sobre os tipos de aditivos neste post). Apesar de, até prova em contrário, serem considerados seguros (se estiverem aprovados pelas autoridades competentes, como é lógico), há alguns que, por precaução, devem ser evitados, enquanto outros são potencialmente inofensivos, como é o caso da vitamina C, por exemplo. Ou seja, os famosos “E” não são todos iguais, e por isso a sua presença não significa sempre que o alimento é uma má opção. De qualquer das formas, deve sempre valorizar alimentos com uma lista de ingredientes mais curta, pois isso significa que são menos processados e, por isso, naturalmente serão uma escolha mais interessante. Ainda em relação à lista dos ingredientes, há alguns que devem vir destacados (normalmente a negrito), que são os que podem provocar algum tipo de intolerância/alergia (amendoim, trigo ou leite, por exemplo).
Quando ler um rótulo, deve dar uma atenção especial ao prazo de validade, condições de armazenamento, composição nutricional e lista de ingredientes.
Como pode constatar, interpretar um rótulo pode não ser algo imediato, mas também não é muito complicado. Em breve irei dedicar mais um post ao tema dos rótulos alimentares, para descodificar algumas das alegações que surgem com frequência nos mesmos. Não se esqueça que cada vez que compra um alimento, está a ter a oportunidade de investir na sua saúde, por isso não desperdice essas oportunidades!
