Grávidas, crianças e adolescentes

Especial REGRESSO ÀS AULAS: 7 sugestões para melhorar a oferta alimentar das escolas (parte 1)

Apesar de não substituir o papel dos pais e cuidadores na criação de uma consciência alimentar nas crianças, sem dúvida que a escola é um local muito importante para que as crianças possam adquirir hábitos de alimentação saudável (mais informações sobre esse assunto neste post). Nos últimos anos têm sido dados passos importantes no sentido de reforçar esse papel, mas o caminho a percorrer ainda é (muito) longo. Nesse sentido, há algumas sugestões/ideias que me parece que poderiam ser colocadas em prática e que iriam seguramente ajudar a melhorar os hábitos alimentares das crianças:


1. Criar dias específicos onde não há alimentos pouco saudáveis à venda no bar (ou outros locais) – O bar da escola é, tradicionalmente, um local onde há boas opções alimentares, mas também alimentos pouco interessantes do ponto de vista nutricional (folhados, fritos, chocolates, bolos, …). Eu sei que não é fácil limitar sempre a venda destes produtos, mas parece-me sensato que possam existir dias específicos onde os mesmos não podem ser comercializados. Podia ser uma vez por mês, de 15 em 15 dias, ou uma vez por semana, o importante era dar este passo. E se a moda pegar, porque não aumentar a periodicidade destes “dias especiais”?


2. Haver um dia por semana onde não se serve carne/peixe/ovos na cantina – Quero começar por deixar bem claro que o objetivo desta ideia não é impor o vegetarianismo a ninguém. O vegetarianismo é um padrão alimentar que, apesar de ser mais restritivo do que a alimentação omnívora, quando colocado em prática corretamente pode ter algumas vantagens para a saúde de quem o pratica (mais informações sobre as vantagens do vegetarianismo neste post e sobre as desvantagens do vegetarianismo neste post). Além disso, do ponto de vista ambiental, é claramente vantajoso. Devido a tudo isto, deve existir um esforço conjunto para diminuir o consumo de carne/peixe/ovos, e nada melhor do que começar a fazê-lo em idade escolar.

 

A criação de dias onde não fossem servidos alimentos pouco saudáveis no bar da escola e dias onde não fosse servido carne/peixe/ovos na cantina poderiam ajudar a modificar a forma como as crianças encaram a alimentação.

 


3. Estabelecer parcerias com produtores locais – O fornecimento alimentar deve obedecer a vários critérios, sendo que a promoção da economia local, a minimização do transporte de alimentos, e o respeito pela sazonalidade dos mesmos devem fazer parte dessa lista. O estabelecimento de parcerias com produtores locais pode contribuir para atingir esses objetivos.


4. Uniformizar os lanches escolares – Esta medida poderia ser colocada em prática em faixas etárias mais baixas, nomeadamente ensino pré-escolar, 1º ciclo e, eventualmente, 2º ciclo. Eu sei que é uma medida um pouco polémica, mas parece-me que faz algum sentido tentar uniformizar os lanches. Os lanches escolares têm um impacto bem superior ao que as pessoas imaginam, pois além de influenciarem diretamente a criança que o consome, influenciam também as restantes crianças. Por exemplo, se o lanche da minha filha for pão e leite, mas ao lado tiver um colega que está a comer batatas fritas e a beber um refrigerante, ela vai chegar a casa e vai-me pedir para, no dia seguinte, levar um lanche igual ao do colega. Para evitar estas situações, poderia ser definido um conjunto de alimentos que são permitidos nos lanches escolares, e os pais teriam liberdade para, dentro dessas possibilidades, preparem os lanches dos filhos. Se algum pai não estivesse de acordo, teria que assinar um termo de responsabilidade.

 

O estabelecimento de parcerias com produtores locais, e a uniformização dos lanches escolares são medidas que podem ter um impacto significativo na melhoria do consumo alimentar nas escolar.

 


Estas são apenas algumas sugestões, as restantes serão publicadas no post de amanhã…

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