Emagrecimento
Nutrição geral

As 3 formas de encarar a perda de peso: Religiosa, Impulsiva e Paciente…

Apesar das áreas de intervenção de um nutricionista estarem longe de se esgotar no emagrecimento, essa é, sem dúvida, a principal área de atuação para a maior parte dos profissionais de nutrição. E agora que o tempo parace estar a querer melhorar, e as lojas de roupa já começam a estar recheadas com os modelos da coleção Primavera-Verão, a vontade de perder os kg que se acumularam durante o Outono e o Inverno é ainda maior…


Globalmente pode-se dividir a forma de encarar a perda de peso em 3 categorias: Religiosa, Impulsiva e Paciente. A categoria “Religiosa” é muito popular, e mesmo inconscientemente, a maior parte das pessoas que consulta um nutricionista tem a esperança de ouvir falar em supostos milagres para ajudar a perder peso sem ter que diminuir ao que se come. Mas perder peso não é uma questão de milagres, pois a nutrição é uma ciência que se baseia (ou devia basear!) em evidências e estudos científicos. Obviamente que há truques e dicas que o nutricionista pode e deve dar, para ajudar a que os pacientes consigam atingir os seus objetivos, mas prometer que determinado produto vai fazer emagrecer (atenção que emagrecer é diferente de perder peso, mas sobre isso escreverei noutra altura), sem alterar a alimentação e/ou o estilo de vida não me parece honesto porque, simplesmente, não é verdade. A não ser que se esteja a falar de substâncias que podem, de facto, alterar de forma significativa o funcionamento do nosso corpo, mas aí além de eventualmente perder gordura, vai também perder saúde (e possivelmente bastante dinheiro). Portanto, a categoria religiosa não me parece a melhor opção. Depois temos a categoria “Impulsiva”, na qual a pessoa pretende num curto espaço de tempo (por vezes 1-2 meses) perder tudo aquilo que foi acumulando em meses ou mesmo anos de estilo de vida pouco saudável. A pessoa não se importa de ter um plano com muito poucas calorias, o que interessa é atingir rapidamente os seus objetivos. E quando se apanham com o plano na mão, tentam fazer uns cortes adicionais, para que o peso seja perdido rapidamente. O que normalmente acontece é que rapidamente a pessoa se vai cansar, porque fica literalmente a passar fome, e mais tarde ou mais cedo vai voltar ao que era antes, ou eventualmente vai passar a comer ainda mais, e por isso aquele período de tempo no qual se sacrificou foi apenas tempo perdido… Por último, temos a terceira categoria, que é a “Paciente”. Neste caso, a pessoa não se importa de demorar algum tempo para atingir o peso que pretende, desde que o consiga de forma gradual e sustentada. Percebe que mais importante do que chegar ao peso pretendido, é conseguir mantê-lo, e que para o fazer tem que dar tempo para o seu corpo criar novas rotinas, novos hábitos que se irão manter durante o resto da sua vida. Nem sempre é fácil gerir as expectativas vendo o tempo passar, pois toda a gente quer ver resultados, mas normalmente neste caso o balanço final é muito mais interessantes. Outro aspeto que me parece particularmente importante é que neste caso a pessoa não sente que está “de castigo”, pois a mudança alimentar é feita de forma progressiva e sem alterações demasiado bruscas.

 

A perda de peso pode ser encarada de 3 formas diferentes. A perspetiva religiosa acredita que existem milagres que fazem emagrecer sem sacrifícios, a impulsiva acha que se deve perder num curto espaço de tempo tudo o que se ganhou em bastante tempo, e a paciente tenta perder peso de forma sustentável.

 


Enquanto nutricionista, a minha forma de atuar baseia-se na terceira categoria. Quando alguém entra no meu consultório, deve encarar essa decisão como uma oportunidade de mudar a alimentação de forma permanente, que naturalmente o vai fazer atingir os resultados que pretende. Convém não esquecer que não se trata apenas do peso que perde, mas também da saúde que se ganha! E para terminar, deixo uma questão no ar: Em qual das 3 categorias se revê?

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