O tratamento do excesso de peso é um assunto inevitável para quase todos os nutricionistas que trabalham na área clínica. Apesar da relevância que o assunto merece, uma vez que mais de metade da população portuguesa (e em quase todos os países mais desenvolvidos) apresenta excesso de peso, ainda estamos numa fase onde a busca para a resolução desse problema está longe de ser eficaz. São muitas as estratégias adotadas pelos diferentes nutricionistas, para conseguir que os seus pacientes percam o peso desejado. Do ponto de vista nutricional, a diminuição da ingestão calórica é sempre recomendada, sendo que a forma como se atinge essa diminuição é que vai variando. E de uma maneira geral, a maior parte dos pacientes consegue perder o peso pretendido, se tiver motivação para isso. O grande problema surge após a perda do peso, ou seja, na manutenção do novo peso. Infelizmente aqui a taxa de sucesso é muito mais baixa, pois gradualmente a tendência é para que se recupere pelo menos parte dos quilos a mais que foram perdidos…
O aumento da ingestão de proteína é normalmente uma estratégia adotada por muitos nutricionistas para induzir a perda de peso e a manutenção do peso mais baixo. Essa estratégia baseia-se no facto de a proteína estar associada a um aumento do metabolismo, nomeadamente durante a digestão e também porque a proteína induz a sensação de saciedade. Além disso, tem a vantagem de contribuir para a manutenção da massa muscular, durante a perda de peso. Apesar destes potenciais efeitos quase milagrosos da proteína, há ainda muita desinformação e controvérsia sobre o tema, uma vez que não nos podemos esquecer que a proteína é também fornecedora de calorias, e que o seu consumo em grandes quantidades pode também promover a desidratação, pode interferir com o funcionamento dos rins e altera a utilização dos outros macronutrimentos (hidratos de carbono e gorduras). De qualquer das formas, em relação à perda de peso o papel da ingestão aumentada de proteína (dentro de determinados limites!) parece estar mais ou menos bem caracterizado. Em relação à manutenção do novo peso, os dados são mais contraditórios, não só em termos de eficácia, como também ao nível do tipo de proteína ingerida.
Recentemente foi publicado um estudo que teve como objetivo investigar qual o efeito do aumento da ingestão proteica na manutenção do novo peso de pessoas sujeitas a diminuição do seu peso inicial. Além disso, foi avaliado se o tipo de suplemento proteico ingerido, nomeadamente a proteína do soro do leite (whey protein) e a proteína de soja (ou seja, uma fonte animal e uma fonte vegetal) tinham efeitos diferentes. Foi observado que o consumo destes suplementos proteicos, que aumentou a ingestão total de proteína, não induziu melhorias na composição corporal ao final de 24 semanas. No entanto, houve melhorias ao nível dos efeitos imediatos que o seu consumo teve, em particular ao nível do aumento da saciedade.
Portanto, aparentemente o consumo de uma quantidade elevada de proteína parece ser mais importante para a fase de perda de peso do que para a fase de manutenção do novo peso, o que só vem comprovar que não existem planos alimentares mágicos que resultem com todas as pessoas da mesma forma, e que devam ser seguidos para o resto da vida. Como é óbvio, se alguém está numa fase de perder peso, a alimentação deve ser ajustada a esse cenário, mas se o objetivo for manter determinado peso, a alimentação já tem que ser diferente. No caso concreto da proteína, há ainda outra variável que deve ser avaliada, o exercício físico, e que pode alterar de forma muito significativa as necessidades proteicas de cada um. Finalmente, na minha opinião, todas estas diferenças entre pessoas não se limitam apenas aos valores totais de macronutrimentos ingeridos (proteína, hidratos de carbono e lípidos). Há muito mais para além disso, mas isso já são outras conversas… 😉
O aumento da ingestão de proteína é normalmente uma estratégia adotada por muitos nutricionistas para induzir a perda de peso e a manutenção do peso mais baixo. Essa estratégia baseia-se no facto de a proteína estar associada a um aumento do metabolismo, nomeadamente durante a digestão e também porque a proteína induz a sensação de saciedade. Além disso, tem a vantagem de contribuir para a manutenção da massa muscular, durante a perda de peso. Apesar destes potenciais efeitos quase milagrosos da proteína, há ainda muita desinformação e controvérsia sobre o tema, uma vez que não nos podemos esquecer que a proteína é também fornecedora de calorias, e que o seu consumo em grandes quantidades pode também promover a desidratação, pode interferir com o funcionamento dos rins e altera a utilização dos outros macronutrimentos (hidratos de carbono e gorduras). De qualquer das formas, em relação à perda de peso o papel da ingestão aumentada de proteína (dentro de determinados limites!) parece estar mais ou menos bem caracterizado. Em relação à manutenção do novo peso, os dados são mais contraditórios, não só em termos de eficácia, como também ao nível do tipo de proteína ingerida.
Recentemente foi publicado um estudo que teve como objetivo investigar qual o efeito do aumento da ingestão proteica na manutenção do novo peso de pessoas sujeitas a diminuição do seu peso inicial. Além disso, foi avaliado se o tipo de suplemento proteico ingerido, nomeadamente a proteína do soro do leite (whey protein) e a proteína de soja (ou seja, uma fonte animal e uma fonte vegetal) tinham efeitos diferentes. Foi observado que o consumo destes suplementos proteicos, que aumentou a ingestão total de proteína, não induziu melhorias na composição corporal ao final de 24 semanas. No entanto, houve melhorias ao nível dos efeitos imediatos que o seu consumo teve, em particular ao nível do aumento da saciedade.
Portanto, aparentemente o consumo de uma quantidade elevada de proteína parece ser mais importante para a fase de perda de peso do que para a fase de manutenção do novo peso, o que só vem comprovar que não existem planos alimentares mágicos que resultem com todas as pessoas da mesma forma, e que devam ser seguidos para o resto da vida. Como é óbvio, se alguém está numa fase de perder peso, a alimentação deve ser ajustada a esse cenário, mas se o objetivo for manter determinado peso, a alimentação já tem que ser diferente. No caso concreto da proteína, há ainda outra variável que deve ser avaliada, o exercício físico, e que pode alterar de forma muito significativa as necessidades proteicas de cada um. Finalmente, na minha opinião, todas estas diferenças entre pessoas não se limitam apenas aos valores totais de macronutrimentos ingeridos (proteína, hidratos de carbono e lípidos). Há muito mais para além disso, mas isso já são outras conversas… 😉