A aterosclerose é uma doença crónica que afeta as artérias e que pode ter diferentes tipos de consequências, que vão desde a perda irreversível de algumas funções, até à morte. Esta doença é caracterizada pela formação de umas estruturas nas paredes das artérias, designadas por placas de ateroma. Trata-se de uma doença multifatorial, na qual a alimentação desempenha um papel muito importante, uma vez que as placas de ateroma se começam a formar devido à acumulação de partículas ricas em colesterol nas paredes arteriais. O crescimento das placas de ateroma leva a uma diminuição progressiva do fluxo sanguíneo nesse local, o que faz com que as células que são irrigadas por essa artéria possam começar a morrer por défice de sangue (chama-se a esta situação isquemia).
Do ponto de vista alimentar há várias coisas que podem ser feitas para diminuir o risco de aterosclerose e minimizar as suas potenciais consequências. Em primeiro lugar, é fundamental ter uma alimentação que não promova um aumento dos níveis sanguíneos de colesterol, devendo para isso evitar-se a ingestão de alimentos ricos em colesterol e em açúcares. Uma vez que a aterosclerose está relacionada igualmente com uma perda de função das paredes das artérias, nomeadamente no que diz respeito à produção de uma molécula chamada óxido nítrico (NO) que é responsável por aumentar o diâmetro da artéria, alimentos que estimulem a produção de NO podem também, pelo menos teoricamente, ser benéficos. Nesse sentido, tem sido recomendada a ingestão de alimentos ricos em nitratos, tais como beterraba e hortícolas com folhas verdes, suportada por estudos que apontam para uma diminuição da pressão arterial e uma melhoria da função dos vasos sanguíneos associadas ao consumo dos mesmos.
Num estudo publicado recentemente, foi analisada a relação existente entre o consumo de hortícolas ricos em nitratos e a mortalidade associada à aterosclerose. Nesse trabalho, que contou com a participação de 1500 mulheres idosas, foi observado de forma evidente que o consumo desse tipo de hortícolas provocou uma diminuição da mortalidade relacionada com a aterosclerose. Parece-me particularmente interessante o facto de esta relação inversa se ter verificado independentemente do estilo de vida e da presença de outros fatores de risco para doenças cardiovasculares, ou seja, aparentemente parece ser um efeito específico dos hortícolas consumidos.
Este tipo de trabalhos é muito relevante no contexto atual, onde o envelhecimento da população já não é uma simples teoria, mas sim a realidade… A nossa sociedade está a envelhecer de forma significativa e nós não estamos ainda preparados para lidar de forma adequada com esse envelhecimento. Mais concretamente no caso da alimentação, ainda há muitos aspetos que nós não sabemos sobre como adequar a alimentação a faixas etárias cada vez mais elevadas, e com exigências e desafios crescentes. É fundamental encararmos a população idosa como uma população que tem necessidades (muito!) específicas e características fisiológicas bem diferentes das populações mais novas. Basta pensarmos que, devido à maior inatividade física, as necessidades energéticas diminuem, mas as necessidades ao nível dos micronutrimentos mantêm-se ou eventualmente aumentam! Ou seja, é preciso comer melhor, procurando alimentos menos calóricos mas mais ricos em micronutrimentos. A ingestão de hortícolas ricos em nitratos é apenas um exemplo de muitas outras recomendações que, para poderem ser feitas, devem ser estudadas de forma detalhada. Por último, gostaria só de deixar aqui um esclarecimento. Carnes processadas também podem ser, nalguns casos, uma fonte alimentar significativa de nitratos (e nitritos, mas isso é outra conversa…), mas nesse caso estes efeitos benéficos em relação à aterosclerose não se aplicam. É como diz o outro: “Há nitratos e nitratos”…
Do ponto de vista alimentar há várias coisas que podem ser feitas para diminuir o risco de aterosclerose e minimizar as suas potenciais consequências. Em primeiro lugar, é fundamental ter uma alimentação que não promova um aumento dos níveis sanguíneos de colesterol, devendo para isso evitar-se a ingestão de alimentos ricos em colesterol e em açúcares. Uma vez que a aterosclerose está relacionada igualmente com uma perda de função das paredes das artérias, nomeadamente no que diz respeito à produção de uma molécula chamada óxido nítrico (NO) que é responsável por aumentar o diâmetro da artéria, alimentos que estimulem a produção de NO podem também, pelo menos teoricamente, ser benéficos. Nesse sentido, tem sido recomendada a ingestão de alimentos ricos em nitratos, tais como beterraba e hortícolas com folhas verdes, suportada por estudos que apontam para uma diminuição da pressão arterial e uma melhoria da função dos vasos sanguíneos associadas ao consumo dos mesmos.
Num estudo publicado recentemente, foi analisada a relação existente entre o consumo de hortícolas ricos em nitratos e a mortalidade associada à aterosclerose. Nesse trabalho, que contou com a participação de 1500 mulheres idosas, foi observado de forma evidente que o consumo desse tipo de hortícolas provocou uma diminuição da mortalidade relacionada com a aterosclerose. Parece-me particularmente interessante o facto de esta relação inversa se ter verificado independentemente do estilo de vida e da presença de outros fatores de risco para doenças cardiovasculares, ou seja, aparentemente parece ser um efeito específico dos hortícolas consumidos.
Este tipo de trabalhos é muito relevante no contexto atual, onde o envelhecimento da população já não é uma simples teoria, mas sim a realidade… A nossa sociedade está a envelhecer de forma significativa e nós não estamos ainda preparados para lidar de forma adequada com esse envelhecimento. Mais concretamente no caso da alimentação, ainda há muitos aspetos que nós não sabemos sobre como adequar a alimentação a faixas etárias cada vez mais elevadas, e com exigências e desafios crescentes. É fundamental encararmos a população idosa como uma população que tem necessidades (muito!) específicas e características fisiológicas bem diferentes das populações mais novas. Basta pensarmos que, devido à maior inatividade física, as necessidades energéticas diminuem, mas as necessidades ao nível dos micronutrimentos mantêm-se ou eventualmente aumentam! Ou seja, é preciso comer melhor, procurando alimentos menos calóricos mas mais ricos em micronutrimentos. A ingestão de hortícolas ricos em nitratos é apenas um exemplo de muitas outras recomendações que, para poderem ser feitas, devem ser estudadas de forma detalhada. Por último, gostaria só de deixar aqui um esclarecimento. Carnes processadas também podem ser, nalguns casos, uma fonte alimentar significativa de nitratos (e nitritos, mas isso é outra conversa…), mas nesse caso estes efeitos benéficos em relação à aterosclerose não se aplicam. É como diz o outro: “Há nitratos e nitratos”…