O envelhecimento é inevitável! Isto não é novidade para ninguém, e por muito que o tentemos mascarar, com cosméticos e cirurgias, ele vai acabar sempre por se manifestar. No entanto, as rugas e o envelhecimento da pele são apenas a ponta do iceberg do envelhecimento, são apenas a parte mais visível, mas no nosso corpo o envelhecimento é responsável por inúmeras alterações moleculares e bioquímicas que vão alterando a capacidade funcional dos diferentes órgãos. Um desses órgãos é o cérebro e por isso, à medida que vamos envelhecendo, vamos perdendo a memória, a capacidade de raciocínio, entre outras características. Além disso, o envelhecimento é também um fator de risco para muitas doenças, como a maioria dos cancros, ou as doenças neurodegenerativas. Sendo o envelhecimento algo inevitável, que nos vai matando gradualmente e lentamente, será que apenas nos resta resignarmo-nos e aceitar que não há nada a fazer? Claro que NÃO, está nas nossas mãos ter um envelhecimento saudável, ativo, e com o máximo de saúde que for possível. E, obviamente, a alimentação vai ter um papel fundamental no mesmo.
São muitos os estudos que têm vindo a ser publicados sobre o tema, com muita controvérsia à mistura, por isso decidi apresentar neste post apenas algumas ideias que parecem estar mais ou menos aceites pela comunidade científica. Por exemplo, os mirtilos (e outras bagas), frutos secos oleaginosos (noz, amêndoa, avelã, etc.) e a famosa alga spirulina parecem ter vários componentes bioativos, ou seja, com atividade biológica, que mantêm a saúde da nossa parte cognitiva. Também alguns tipos de gorduras, e uma alimentação mais pobre em açúcares simples têm sido relacionados com uma maior capacidade de preservação da função cognitiva. Este efeito parece envolver a insulina e fatores de crescimento associados, o que tem vindo a abrir novas perspetivas sobre esta hormona tão importante, e sobre possíveis consequências da diabetes, que é uma doença na qual a produção ou a atuação da insulina estão comprometidas. Moléculas com elevada capacidade antioxidante, tais como os flavonoides presentes no cacau, ou os polifenóis, antocianinas, e outras moléculas bioativas existentes nos hortofrutícolas (frutas e legumes), parecem estimular a capacidade cognitiva (sim, têm aqui um bom argumento para consumir cacau, mas que isso não seja sinónimo de devorar uma tablete de chocolate inteira…😀 ). Muitos destes compostos que eu referi, além de apresentarem efeitos antioxidantes, são também anti-inflamatórios naturais, o que, do ponto de vista do envelhecimento cerebral é muito importante, pois a maioria das doenças neurodegenerativas estão relacionadas com inflamação crónica do sistema nervoso central. Por isso, o consumo de alimentos com propriedades anti-inflamatórias poderá ser bastante útil à medida que vamos envelhecendo, pois se conseguirmos diminuir o risco de desenvolvermos a tal inflamação crónica, em princípio também iremos conseguir diminuir o risco de sofrer de doenças neurodegenerativas. Neste contexto, tem sido observado que o padrão alimentar mais ocidentalizado, parece ter um efeito pró-inflamatório, e, consequentemente, potenciador de várias doenças como as neurodegenerativas. Convém não esquecer que nunca como agora estas doenças tiveram tanto impacto e, se por um lado, poderemos justificar essa situação com o facto de estarmos a viver durante mais tempo, também não podemos excluir que algumas asneiras que cometemos diariamente podem ter impacto no aumento da incidência desse tipo de doenças. Alguns micronutrimentos que parecem ser importantes para atrasar o défice cognitivo associado ao envelhecimento são algumas vitaminas do complexo B, nomeadamente o ácido fólico, a vitamina B12 e a tiamina. Outro aspeto que deve ser tido em conta são as inúmeras interações que existem entre os alimentos e os medicamentos, que é um tema com uma importância cada vez mais reconhecida quer pelos nutricionistas, quer pelos médicos.
Parece-me óbvio que as necessidades nutricionais de um cérebro jovem ou de um cérebro envelhecido são diferentes, e por isso, a nossa alimentação deve refletir essas diferenças. O nosso conhecimento atual ainda não nos permite fazer grandes generalizações sobre esse assunto, mas é algo que é particularmente importante. Não nos podemos esquecer que a nossa vida é extremamente dinâmica, todos os dias são diferentes, e o nosso corpo está em mudança contínua, e que, idealmente, a nossa alimentação deve ser continuamente ajustada para fazer face a todos os desafios que o meio ambiente e o nosso corpo nos colocam constantemente…
São muitos os estudos que têm vindo a ser publicados sobre o tema, com muita controvérsia à mistura, por isso decidi apresentar neste post apenas algumas ideias que parecem estar mais ou menos aceites pela comunidade científica. Por exemplo, os mirtilos (e outras bagas), frutos secos oleaginosos (noz, amêndoa, avelã, etc.) e a famosa alga spirulina parecem ter vários componentes bioativos, ou seja, com atividade biológica, que mantêm a saúde da nossa parte cognitiva. Também alguns tipos de gorduras, e uma alimentação mais pobre em açúcares simples têm sido relacionados com uma maior capacidade de preservação da função cognitiva. Este efeito parece envolver a insulina e fatores de crescimento associados, o que tem vindo a abrir novas perspetivas sobre esta hormona tão importante, e sobre possíveis consequências da diabetes, que é uma doença na qual a produção ou a atuação da insulina estão comprometidas. Moléculas com elevada capacidade antioxidante, tais como os flavonoides presentes no cacau, ou os polifenóis, antocianinas, e outras moléculas bioativas existentes nos hortofrutícolas (frutas e legumes), parecem estimular a capacidade cognitiva (sim, têm aqui um bom argumento para consumir cacau, mas que isso não seja sinónimo de devorar uma tablete de chocolate inteira…😀 ). Muitos destes compostos que eu referi, além de apresentarem efeitos antioxidantes, são também anti-inflamatórios naturais, o que, do ponto de vista do envelhecimento cerebral é muito importante, pois a maioria das doenças neurodegenerativas estão relacionadas com inflamação crónica do sistema nervoso central. Por isso, o consumo de alimentos com propriedades anti-inflamatórias poderá ser bastante útil à medida que vamos envelhecendo, pois se conseguirmos diminuir o risco de desenvolvermos a tal inflamação crónica, em princípio também iremos conseguir diminuir o risco de sofrer de doenças neurodegenerativas. Neste contexto, tem sido observado que o padrão alimentar mais ocidentalizado, parece ter um efeito pró-inflamatório, e, consequentemente, potenciador de várias doenças como as neurodegenerativas. Convém não esquecer que nunca como agora estas doenças tiveram tanto impacto e, se por um lado, poderemos justificar essa situação com o facto de estarmos a viver durante mais tempo, também não podemos excluir que algumas asneiras que cometemos diariamente podem ter impacto no aumento da incidência desse tipo de doenças. Alguns micronutrimentos que parecem ser importantes para atrasar o défice cognitivo associado ao envelhecimento são algumas vitaminas do complexo B, nomeadamente o ácido fólico, a vitamina B12 e a tiamina. Outro aspeto que deve ser tido em conta são as inúmeras interações que existem entre os alimentos e os medicamentos, que é um tema com uma importância cada vez mais reconhecida quer pelos nutricionistas, quer pelos médicos.
Parece-me óbvio que as necessidades nutricionais de um cérebro jovem ou de um cérebro envelhecido são diferentes, e por isso, a nossa alimentação deve refletir essas diferenças. O nosso conhecimento atual ainda não nos permite fazer grandes generalizações sobre esse assunto, mas é algo que é particularmente importante. Não nos podemos esquecer que a nossa vida é extremamente dinâmica, todos os dias são diferentes, e o nosso corpo está em mudança contínua, e que, idealmente, a nossa alimentação deve ser continuamente ajustada para fazer face a todos os desafios que o meio ambiente e o nosso corpo nos colocam constantemente…