Conforme escrevi recentemente aqui no blog, a alimentação macrobiótica apresenta algumas vantagens para quem opta por este tipo de alimentação (pode ler mais sobre o assunto aqui). No entanto, sendo um padrão mais restritivo do que a alimentação omnívora “tradicional”, obviamente que também está associada a alguns potenciais riscos.
Na realidade, a alimentação macrobiótica tem potencial para estar associada a níveis baixos de várias vitaminas e minerais, tais como vitamina B12, vitamina D, ácidos gordos ómega-3, cálcio e ferro. Além disso, uma vez que o consumo de carne, peixe e produtos lácteos é bastante limitado, podem também surgir carências ao nível da quantidade de proteína ingerida. Convém não esquecer que a biodisponibilidade de minerais e de proteína é tendencialmente menor em alimentos de origem vegetal, ou seja, para se tirar partido de uma determinada quantidade de um desses nutrientes (a partir de uma fonte alimentar vegetal), é normalmente necessário ingerir uma maior quantidade. Queria deixar bem claro que não quero com isto dizer que as pessoas que têm uma alimentação macrobiótica têm carência destes nutrientes, apenas refiro que existe um maior risco. Para evitar estas carências, pode ser necessário recorrer a suplementos ou a alimentos fortificados. Mesmo a este nível a resolução do problema pode não ser simples, pois a maior parte dos suplementos são sintéticos e, por isso, não permitidos na alimentação macrobiótica. Ou seja, parece-me fundamental existir um aconselhamento nutricional prévio à adoção deste padrão alimentar, bem como um acompanhamento regular de forma a perceber se existe ou não algum tipo de carência nutricional.
Devido às potenciais carências nutricionais associadas à alimentação macrobiótica, há alguns grupos populacionais para os quais essa alimentação não é aconselhada ou, se for adotada, deve ser regularmente e eficazmente monitorizada. Estou a falar de idosos, pessoas com doenças debilitantes (cancro, desnutrição, anorexia, etc.) ou crianças. Em relação às crianças, sabe-se que a adoção de um padrão alimentar macrobiótico muito restritivo pode estar associado a falhas no desenvolvimento e crescimento infantil, sendo que estas se podem traduzir em limitações e/ou incapacidades permanentes.
Outra desvantagem que eu gostaria de destacar é que este tipo de alimentação não contempla vários alimentos que, na minha opinião, são muito interessantes para a maioria das pessoas, tais como o leite e derivados, os ovos, as frutas tropicais, várias especiarias, tomate, abacate e vegetais escuros (beringela, batata, beterraba ou pimento). Ou seja, uma coisa é desaconselhar o consumo de alimentos nutricionalmente desinteressantes, como os refrigerantes, por exemplo, sendo que nesse caso, esta situação é claramente vantajosa. Mas quando se desaconselham alimentos ricos nutricionalmente, sem nenhuma intolerância/alergia aos mesmos, já não me parece vantajoso…
Apesar de ter consciência que este é um tema sensível e por isso polémico, conforme referi anteriormente (mais informações neste post),com base na evidência científica atual NÃO se pode dizer que a alimentação macrobiótica cura o cancro. Infelizmente esta é uma (des)informação que se vê/ouve muitas vezes, mas não está correta, o correto é dizer que a alimentação macrobiótica pode diminuir o risco de aparecimento de alguns tipos de cancro, que é algo bem diferente… Esta diferença na forma como a informação é transmitida faz toda a diferença, na minha opinião, pois se alguém com cancro quiser “curar-se” com a alimentação macrobiótica, pode eventualmente desvalorizar os tratamentos prescritos através da medicina ocidental (claro que os tratamentos atuais estão ainda longe de serem ideais, mas isso não significa que não se deve recorrer aos mesmos, pois a probabilidade de sucesso na cura é, para todos os efeitos, mais elevada).
Em relação ao custo, é importante destacar que a alimentação macrobiótica é normalmente mais cara, pois os produtos locais e orgânicos tendem a ser mais caros do que os restantes produtos. E se isto para algumas pessoas pode não ser muito relevante, seguramente que há muita gente para quem este aumento no custo da alimentação pode ser particularmente importante.
Por último, sendo um tipo de alimentação com bastantes restrições e regras, implica sempre uma boa dose de motivação por parte de quem o quer implementar. Acredito que para muitas pessoas possa ser fácil a sua implementação, mas não tenho dúvidas que para muitas outras algumas das restrições possam ser particularmente difíceis de seguir. Talvez o exemplo mais evidente desta situação seja o café. (sim, é verdade, o café não tem lugar na alimentação macrobiótica…)
Portanto, como em tudo na vida, a alimentação macrobiótica não apresenta apenas vantagens, estando igualmente associada a alguns riscos que podem ser bastante relevantes nalguns contextos. Se está a pensar adotar este padrão alimentar, ou se já o adotou, deve estar sempre atento a estes potenciais riscos, para saber lidar com eles e manter as suas opções alimentares, mas sem comprometer a sua saúde.
Na realidade, a alimentação macrobiótica tem potencial para estar associada a níveis baixos de várias vitaminas e minerais, tais como vitamina B12, vitamina D, ácidos gordos ómega-3, cálcio e ferro. Além disso, uma vez que o consumo de carne, peixe e produtos lácteos é bastante limitado, podem também surgir carências ao nível da quantidade de proteína ingerida. Convém não esquecer que a biodisponibilidade de minerais e de proteína é tendencialmente menor em alimentos de origem vegetal, ou seja, para se tirar partido de uma determinada quantidade de um desses nutrientes (a partir de uma fonte alimentar vegetal), é normalmente necessário ingerir uma maior quantidade. Queria deixar bem claro que não quero com isto dizer que as pessoas que têm uma alimentação macrobiótica têm carência destes nutrientes, apenas refiro que existe um maior risco. Para evitar estas carências, pode ser necessário recorrer a suplementos ou a alimentos fortificados. Mesmo a este nível a resolução do problema pode não ser simples, pois a maior parte dos suplementos são sintéticos e, por isso, não permitidos na alimentação macrobiótica. Ou seja, parece-me fundamental existir um aconselhamento nutricional prévio à adoção deste padrão alimentar, bem como um acompanhamento regular de forma a perceber se existe ou não algum tipo de carência nutricional.
Devido às potenciais carências nutricionais associadas à alimentação macrobiótica, há alguns grupos populacionais para os quais essa alimentação não é aconselhada ou, se for adotada, deve ser regularmente e eficazmente monitorizada. Estou a falar de idosos, pessoas com doenças debilitantes (cancro, desnutrição, anorexia, etc.) ou crianças. Em relação às crianças, sabe-se que a adoção de um padrão alimentar macrobiótico muito restritivo pode estar associado a falhas no desenvolvimento e crescimento infantil, sendo que estas se podem traduzir em limitações e/ou incapacidades permanentes.
Outra desvantagem que eu gostaria de destacar é que este tipo de alimentação não contempla vários alimentos que, na minha opinião, são muito interessantes para a maioria das pessoas, tais como o leite e derivados, os ovos, as frutas tropicais, várias especiarias, tomate, abacate e vegetais escuros (beringela, batata, beterraba ou pimento). Ou seja, uma coisa é desaconselhar o consumo de alimentos nutricionalmente desinteressantes, como os refrigerantes, por exemplo, sendo que nesse caso, esta situação é claramente vantajosa. Mas quando se desaconselham alimentos ricos nutricionalmente, sem nenhuma intolerância/alergia aos mesmos, já não me parece vantajoso…
Apesar de ter consciência que este é um tema sensível e por isso polémico, conforme referi anteriormente (mais informações neste post),com base na evidência científica atual NÃO se pode dizer que a alimentação macrobiótica cura o cancro. Infelizmente esta é uma (des)informação que se vê/ouve muitas vezes, mas não está correta, o correto é dizer que a alimentação macrobiótica pode diminuir o risco de aparecimento de alguns tipos de cancro, que é algo bem diferente… Esta diferença na forma como a informação é transmitida faz toda a diferença, na minha opinião, pois se alguém com cancro quiser “curar-se” com a alimentação macrobiótica, pode eventualmente desvalorizar os tratamentos prescritos através da medicina ocidental (claro que os tratamentos atuais estão ainda longe de serem ideais, mas isso não significa que não se deve recorrer aos mesmos, pois a probabilidade de sucesso na cura é, para todos os efeitos, mais elevada).
Em relação ao custo, é importante destacar que a alimentação macrobiótica é normalmente mais cara, pois os produtos locais e orgânicos tendem a ser mais caros do que os restantes produtos. E se isto para algumas pessoas pode não ser muito relevante, seguramente que há muita gente para quem este aumento no custo da alimentação pode ser particularmente importante.
Por último, sendo um tipo de alimentação com bastantes restrições e regras, implica sempre uma boa dose de motivação por parte de quem o quer implementar. Acredito que para muitas pessoas possa ser fácil a sua implementação, mas não tenho dúvidas que para muitas outras algumas das restrições possam ser particularmente difíceis de seguir. Talvez o exemplo mais evidente desta situação seja o café. (sim, é verdade, o café não tem lugar na alimentação macrobiótica…)
Portanto, como em tudo na vida, a alimentação macrobiótica não apresenta apenas vantagens, estando igualmente associada a alguns riscos que podem ser bastante relevantes nalguns contextos. Se está a pensar adotar este padrão alimentar, ou se já o adotou, deve estar sempre atento a estes potenciais riscos, para saber lidar com eles e manter as suas opções alimentares, mas sem comprometer a sua saúde.