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Carência e excesso de vitamina B2: o que pode acontecer?

A deficiência de vitamina B2 é uma situação pouco frequente nos países mais desenvolvidos (cerca de 2% nos EUA), muito devido ao facto de em muitos desses países os açúcares refinados serem fortificados com esta vitamina. Além disso, vários alimentos de consumo frequente, como é o caso dos laticínios, ovos e carne, também são boas fontes de riboflavina.
Existem 2 tipos de carência de riboflavina. O primeiro tipo é a carência primária, que surge quando uma pessoa não ingere uma quantidade suficientes desta vitamina. O segundo tipo é a carência secundária, que surge não por causa de uma ingestão inferior ao recomendado, mas sim porque essa pessoa tem algum problema que a impede de absorver ou utilizar a riboflavina que ingeriu. Pode ainda surgir se houver uma excreção superior ao normal desta vitamina, ou nalguns casos de tratamentos mais agressivos contra o cancro ou contra o vírus da SIDA. Independentemente de qual o tipo de carência, normalmente é uma situação que está associada à deficiência de outras vitaminas.
As necessidades de vitamina B2 dependem da idade e do sexo da pessoa, sendo mais elevadas em adultos, do sexo masculino. Quando essas necessidades não são cumpridas, as pessoas podem apresentar vários sintomas, nomeadamente aftas, lesões nos cantos da boca (vulgarmente chamadas de “boqueiras”), lábios secos e com fendas, anemia, enxaquecas, problemas visuais, disfunção da tiroide, problemas de pele (especialmente na zona perto do nariz, ansiedade, depressão, entre outros.
Um sintoma frequente associado à carência de vitamina B2 é a fadiga, sendo que esta pode ter várias causas associadas. Por um lado, na presença de quantidades insuficientes de riboflavina, o nosso corpo não consegue produzir a energia que precisa, a partir dos hidratos de carbono, gorduras ou proteínas, ou seja, as nossas células vão ficar com menos energia disponível e, por isso, não conseguirão realizar as suas funções corretamente. Além disso, como a vitamina B2 é fundamental para a produção e para a função dos glóbulos vermelhos, quando esta está em falta existe uma menor capacidade de transportar o oxigénio no sangue até às nossas células, o que contribui para que haja uma menos capacidade de produzir energia. Devido a estes fatores, as pessoas que têm carências de vitamina B2 são normalmente intolerantes a exercício físico e tendem a estar ofegantes, ou pelo menos ter a respiração mais acelerada. Pessoas com problemas no fígado ou na vesícula biliar podem apresentar uma diminuição da absorção de vitamina B2, pelo que são consideradas um grupo de risco para poderem vir a desenvolver carências de riboflavina.
Quanto ao consumo excessivo de vitamina B2, até ao momento não se conhece nenhum risco associado (mesmo para uma ingestão 20x superior ao recomendado!), possivelmente porque se trata de uma vitamina solúvel em água, e se estiver em excesso é eliminada na urina em poucas horas após o seu consumo. Como a riboflavina tem uma cor amarela brilhante, quando é eliminada em grandes quantidades na urina, a cor desta tem tendência a ser modificada pela riboflavina. Esta situação é mais frequente quando se trata de alguém que está a tomar suplementos vitamínicos (por isso é que por vezes quando se toma suplementos vitamínicos a urina fica mais amarela…). Em casos raros, o excesso de vitamina B2 pode causar formigueiro ou sensação de queimadura, sensibilidade à luz, comichão, diarreias e aumento da produção de urina.
Atualmente não existe nenhuma contraindicação para o consumo de riboflavina durante a gravidez e a lactação, ainda que nesses casos seja sempre melhor procurar um aconselhamento de um profissional.

 

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