A hipertensão arterial é um problema de saúde que dispensa apresentações. Trata-se de um problema que afeta principalmente os países ditos desenvolvidos, pelo que se acredita que os hábitos alimentares e o estilo de vida são fatores muito importantes para o aparecimento e desenvolvimento da hipertensão (mais informações sobre o assunto neste post e neste post). E apesar de ser um problema muito comum, trata-se “apenas” de um dos principais fatores de risco para as doenças cardiovasculares, que são “só” a principal causa de morte a nível mundial. Ou seja, não se pode desvalorizar a hipertensão, deve-se tentar perceber o que a causa e de que forma é que se pode tentar dar a volta ao problema.
Do ponto de vista alimentar há várias opções que podem e devem ser tomadas, no sentido de aumentar o consumo de alimentos que diminuam o risco de sofrer de hipertensão arterial (mais informações neste post e neste post), e diminuir o consumo dos que podem aumentar esse risco. Além dos tradicionais hortícolas e fruta, que ajudam a proteger contra a hipertensão arterial, há outros alimentos potencialmente interessantes neste contexto, nomeadamente produtos com soja. Falo especificamente desses por um motivo muito simples: têm vindo a ser estabelecidas relações interessantes entre o consumo de soja e a diminuição do risco de doenças cardiovasculares. No entanto, quando se fala em soja não é obrigatório falar-se na soja texturizada, ou no pão de soja, por exemplo. Há um conjunto de alimentos que são obtidos por manipulação da soja, tais como o tofu (soja não fermentada), o miso ou natto (soja fermentada). Já agora importante referir que o célebre molho de soja não entra nesse conjunto, pois contém doses industriais de sal, o que, obviamente, não é benéfico no contexto da hipertensão arterial.
Recentemente foi publicado um artigo na revista Journal of Nutrition que procurou perceber se o consumo de produtos derivados da soja estava relacionado com o risco de se sofrer de hipertensão arterial. Este estudo envolveu mais de 4000 participantes que foram acompanhados durante 5 anos. Os resultados obtidos revelaram que o consumo de produtos obtidos através da fermentação da soja, mas não o consumo total de produtos derivados de soja, esteve associado a um menor desenvolvimento de hipertensão arterial.
Normalmente quando se fala em produtos fermentados pensa-se em derivados do leite. No entanto, não é obrigatório que tal aconteça (apesar de eu não ter nada contra o leite e derivados, bem pelo contrário!). Na realidade, a fermentação de outro tipo de alimentos (soja, hortícolas ou mesmo água com açúcar) parece estar relacionada com vários potenciais benefícios para o nosso organismo. No caso em concreto do artigo que eu refiro neste post, os resultados mostraram que apenas os produtos de soja fermentados, mas não os não fermentados, se associaram a uma diminuição do risco de se vir a desenvolver hipertensão arterial. Confesso que quando li o artigo me surgiram algumas dúvidas, sendo que a mais interessante, na minha opinião, será tentar perceber se o efeito observado se deve ao potencial probiótico que os alimentos obtidos através da fermentação da soja podem ter (e nesse caso a característica mais importante seria a parte da fermentação), ou se se trata de algo específico da soja. Ou seja, será que há algo na soja que quando fermentado se torna particularmente benéfico, ou o efeito deve-se, essencialmente, a um novo equilíbrio da microbiota intestinal devido ao seu efeito probiótico? No futuro esta e muitas outras dúvidas serão, sem dúvida, esclarecidas…
Do ponto de vista alimentar há várias opções que podem e devem ser tomadas, no sentido de aumentar o consumo de alimentos que diminuam o risco de sofrer de hipertensão arterial (mais informações neste post e neste post), e diminuir o consumo dos que podem aumentar esse risco. Além dos tradicionais hortícolas e fruta, que ajudam a proteger contra a hipertensão arterial, há outros alimentos potencialmente interessantes neste contexto, nomeadamente produtos com soja. Falo especificamente desses por um motivo muito simples: têm vindo a ser estabelecidas relações interessantes entre o consumo de soja e a diminuição do risco de doenças cardiovasculares. No entanto, quando se fala em soja não é obrigatório falar-se na soja texturizada, ou no pão de soja, por exemplo. Há um conjunto de alimentos que são obtidos por manipulação da soja, tais como o tofu (soja não fermentada), o miso ou natto (soja fermentada). Já agora importante referir que o célebre molho de soja não entra nesse conjunto, pois contém doses industriais de sal, o que, obviamente, não é benéfico no contexto da hipertensão arterial.
Recentemente foi publicado um artigo na revista Journal of Nutrition que procurou perceber se o consumo de produtos derivados da soja estava relacionado com o risco de se sofrer de hipertensão arterial. Este estudo envolveu mais de 4000 participantes que foram acompanhados durante 5 anos. Os resultados obtidos revelaram que o consumo de produtos obtidos através da fermentação da soja, mas não o consumo total de produtos derivados de soja, esteve associado a um menor desenvolvimento de hipertensão arterial.
Normalmente quando se fala em produtos fermentados pensa-se em derivados do leite. No entanto, não é obrigatório que tal aconteça (apesar de eu não ter nada contra o leite e derivados, bem pelo contrário!). Na realidade, a fermentação de outro tipo de alimentos (soja, hortícolas ou mesmo água com açúcar) parece estar relacionada com vários potenciais benefícios para o nosso organismo. No caso em concreto do artigo que eu refiro neste post, os resultados mostraram que apenas os produtos de soja fermentados, mas não os não fermentados, se associaram a uma diminuição do risco de se vir a desenvolver hipertensão arterial. Confesso que quando li o artigo me surgiram algumas dúvidas, sendo que a mais interessante, na minha opinião, será tentar perceber se o efeito observado se deve ao potencial probiótico que os alimentos obtidos através da fermentação da soja podem ter (e nesse caso a característica mais importante seria a parte da fermentação), ou se se trata de algo específico da soja. Ou seja, será que há algo na soja que quando fermentado se torna particularmente benéfico, ou o efeito deve-se, essencialmente, a um novo equilíbrio da microbiota intestinal devido ao seu efeito probiótico? No futuro esta e muitas outras dúvidas serão, sem dúvida, esclarecidas…