A aquacultura (ou aquicultura) pode ser definida de forma simples como a produção de seres vivos aquáticos, para utilização/consumo do ser humano. Atualmente há várias espécies que são criadas através de aquacultura, tais como robalo, dourada, salmão, truta, camarão, amêijoas, mexilhões, entre outras. Há muitas formas diferentes de efetuar aquacultura, sendo a mais tradicional a que recorre a uma espécie de jaulas para a criação dos peixes. No entanto, no sentido de salvaguardar melhores condições de produção (para os consumidores e para os próprios peixes), tem havido um interesse crescente em métodos de aquacultura em mar aberto.
Se pensarmos na vertente alimentar, trata-se do equivalente aquático da pecuária. Não é por isso de estranhar que haja relatos de casos aquacultura com mais de 4000 anos, mais concretamente no Antigo Egito, para criação da tilápia-do-Nilo. Atualmente o impacto da aquacultura na alimentação à escala mundial é enorme, contribuindo com cerca de metade do total de pescado consumido em todo o planeta.
Este impacto importantíssimo da aquacultura na alimentação humana é, na minha opinião, a sua principal vantagem. Na realidade, neste momento consegue-se ter uma produtividade de pescado superior à obtida com qualquer animal terrestre. Ou seja, trata-se de um processo bastante otimizado que contribui para que haja comida disponível para a população mundial. Se estivéssemos dependentes apenas da pesca para obtenção de pescado, seguramente que a disponibilidade alimentar iria cair a pique…
A aquacultura é responsável por mais de metade do pescado consumido à escala mundial.
Há ainda a destacar o fator económico, pois todos sabemos que o peixe é um alimento com um custo tradicionalmente elevado. Ao serem produzidos em grande quantidade, os peixes de aquacultura acabam por ter um preço inferior, tornando-se assim um alimento mais acessível para os consumidores com menor poder económico. E já que estou a falar de economia, parece-me igualmente importante destacar que a aquacultura gera milhares de empregos, e que em muitos casos pode ser um dos grandes motores da economia (local ou nacional). Também é de destacar o papel que a aquacultura pode ter ao nível da sustentabilidade de várias espécies selvagens, pois ao conseguir-se produzir de forma “artificial” os peixes, consegue-se evitar pescas massivas dessas espécies.
Resumindo, a aquacultura é um método de produção alimentar tão legítimo como a criação de aves ou de gado bovino, por exemplo. A produção de pescado dessa forma tem várias vantagens, que não podem ser desvalorizadas por boatos ou ideias infundadas cientificamente. Claro que, como em qualquer atividade económica, há boas práticas e más práticas, pelo que a fiscalização é fundamental para salvaguardar os interesses e a saúde dos consumidores e do planeta. Dito de uma forma direta, há bom e mau pescado produzido em aquacultura, assim como há bom e mau pescado selvagem. Tudo depende das condições de produção/captura, processamento, transporte e armazenamento. De qualquer forma, não quero passar a ideia de que se trata de um método perfeito, porque não o é, e por isso em breve irei dedicar um post ao outro lado da aquacultura, ou seja, às suas desvantagens…
A aquacultura é um método de produção alimentar que apresenta várias vantagens e que, quando efetuada de acordo com todas as normas, produz pescado de elevada qualidade.