As sardinhas são um peixe fantástico, pois além de serem muito nutritivas, são simplesmente deliciosas (mais informações sobre as sardinhas aqui)! Além disso, apresentam uma elevada versatilidade culinária, e por isso, na minha opinião, merecem todo o destaque que lhes é dado. Apesar disso, há também muitas pessoas que não gostam de sardinhas, devido ao seu intenso cheiro e sabor e/ou devido ao facto de apresentarem muitas espinhas (a maior parte é comestível, pois são muito finas).
O peixe é, tradicionalmente, um alimento sensível, e, por isso, a sua conservação deve obedecer a determinadas regras. No caso das sardinhas, como são um peixe gordo, são ainda mais vulneráveis, pois a gordura pode rançar com facilidade. A primeira preocupação a ter surge na altura da compra… Como selecionar as sardinhas? Apesar de não existirem regras “oficiais”, há algumas dicas que me parecem importantes… Os olhos devem ser brilhantes e a cabeça não deve ter manchas avermelhadas (sangue), pois isso significa que as sardinhas já foram capturadas há algum tempo. A consistência deve ser firme (evite comprar sardinhas com aspeto amolecido) e o cheiro não deve ser desagradável. Por último, mais importante do que avaliar o tamanho das sardinhas, deve avaliar a espessura do seu lombo, pois normalmente quanto maior esta for, mais gorda é a sardinha.
Depois de comprar as sardinhas, estas devem ser sempre mantidas a temperaturas baixas. Se forem consumidas passadas poucas horas, a melhor opção é conservar no frigorífico. Se o objetivo for consumir as sardinhas passados uns dias/semanas, então devem ser congeladas o mais rapidamente possível. É importante referir que mesmo congeladas as sardinhas continuam a sofrer transformações bioquímicas, pelo que não devem ser armazenadas durante muito tempo no congelador.
Como as sardinhas são um peixe gordo, devem ser mantidas a temperaturas baixas, para não ficarem rançosas.
A forma mais simples (e melhor, na minha opinião) de consumir as sardinhas é grelhando-as na brasa, com um pouco de sal. O seu sabor é delicioso, e combina na perfeição com broa, pão, batata cozida, pimento assado, etc. Há ainda quem as asse no forno, sendo que neste caso devem ser criadas estratégias no sentido de evitar que as sardinhas fiquem em contacto direto com a gordura que vão libertando (por exemplo, fazendo uma “cama” com cebola, tomate e/ou pimento às rodelas na base da assadeira). Apesar de não ser tão frequente, as sardinhas podem também ser cozidas, ou então, abertas ao meio e panadas (sendo conhecidas como “sardinhas espalmadas”). Há ainda a destacar as petingas, que são sardinhas pequenas, que normalmente são passadas por farinha de milho, fritas, e consumidas na totalidade (cabeça + corpo + cauda + espinhas).
Nalgumas regiões de Portugal, principalmente em regiões rurais, as sardinhas são utilizadas para preparar bolas (ou “bolos”), que basicamente consistem em massa de broa ou pão na qual são colocados lombos de sardinha.
Além de poderem ser consumidas frescas, há ainda a considerar as sardinhas em conserva, que normalmente são mantidas em óleo, azeite ou molho de tomate. Não me vou alongar muito sobre esta forma de sardinhas, pois seguramente que irei dedicar alguns posts a esse assunto em breve, mas posso adiantar que considero também uma boa opção alimentar.
Além de poderem ser grelhadas na brasa, há também quem as asse no forno, coza ou frite.
Por último, há algumas preocupações associadas ao consumo de sardinhas. Além de serem bastante calóricas, também parecem estar associadas a um potencial aumento dos níveis de ácido úrico, mas este é um assunto que ainda necessita de estar melhor estudado.