O coronavírus (COVID-19) é o tema do momento (mais informações sobre a origem alimentar do COVID-19 neste post)! Não há noticiário que não tenha como notícia de abertura alguma informação relacionada com esta doença, e mesmo nas conversas banais do dia-a-dia, o estado do tempo ou o futebol foram substituídas pelo “vírus da China”. Já deu para perceber que esta doença vai ter claramente uma dimensão mundial, sendo que, apesar de na minha opinião se estar a passar por um período de um alarmismo excessivo, é importante não se cair no extremo oposto, que é o desvalorizar a mesma.
Sendo uma doença causada por um vírus, o problema está claramente identificado. Devido a isso, medidas simples de higiene (nomeadamente lavar as mãos) são, seguramente, a melhor forma de prevenir o aparecimento da doença. No entanto, há também outras estratégias que podem e devem ser adotadas no sentido de diminuirmos o risco de se contrair a doença. É aqui que entra a alimentação…
Em primeiro lugar, gostaria que ficasse claro que nenhum alimento tem potencial de curar esta doença, pelo que qualquer informação que seja divulgada nesse sentido é claramente falsa. Mas isso não significa que a alimentação não é importante, pois pode afetar o funcionamento do nosso sistema imunitário, ou seja, das nossas defesas. E mais uma vez, a este nível também se vê muita desinformação. Para que fique evidente a minha opinião a este nível, também não existe nenhum alimento capaz de “reforçar” o nosso sistema imunitário, ou, dito de outra forma, não é possível aumentar a capacidade de funcionamento do sistema imunitário através da alimentação. O que a alimentação pode fazer é tornar-nos imunocompetentes, ou seja, permite-nos tirar partido de todo o potencial que o nosso sistema imunitário tem. Dito de uma forma simples, se nos alimentarmos corretamente, com uma alimentação variada e equilibrada que nos forneça todos os nutrientes que necessitamos, conseguimos otimizar o funcionamento das nossas defesas, dentro das capacidades individuais de cada um. E isto é particularmente importante no contexto atual, pois o COVID-19 é um vírus que pode ser destruído pelo nosso sistema imunitário.
Apesar de não existirem alimentos que curam a infeção com coronavírus, ou que supostamente aumentam a capacidade de resposta do sistema imunitário, ter uma alimentação adequada é fundamental para o correto funcionamento das nossas defesas.
São vários os nutrientes que se sabe que têm um papel particularmente importante para o funcionamento do sistema imunitário. Começaria por destacar três vitaminas: A, C (mais informações sobre a vitamina C neste post) e D. Estas vitaminas são fundamentais não apenas para proteger as nossas células de agressões externas, mas também para o funcionamento de alguns dos mecanismos de defesa dos nossos glóbulos brancos. Quanto aos minerais, destaco o zinco e o selénio (mais informações sobre o selénio neste post), que, juntamente com as vitaminas referidas anteriormente, são indispensáveis para a funcionalidade dos glóbulos brancos. Por último, incluo ainda nesta lista a gordura ómega-3, que parece ter um papel fundamental na resposta inflamatória.
Resumindo, é óbvio que a alimentação pode ter um impacto direto no funcionamento do sistema imunitário, pelo que este é (mais um) argumento para se valorizar o que se come. Variar a alimentação, tendo sempre o cuidado de fazer boas opções alimentares é fundamental para que as nossas defesas não estejam fragilizadas, nomeadamente no cenário atual. Claro que isto não é o mesmo que dizer que vai impedir a infeção com coronavírus (ou outro agente infecioso), mas se estivermos melhor preparados para combater a infeção, o risco será menor. Também me parece fundamental destacar que há outros fatores que contribuem de forma muito importante para o correto funcionamento do sistema imunitário, nomeadamente a prática de exercício físico, a qualidade do sono, e a diminuição do stress.
Há alguns nutrientes que são fundamentais para o funcionamento do sistema imunitário, nomeadamente as vitaminas A, C e D, os minerais zinco e selénio, e a gordura ómega-3.
Quanto à alimentação, amanhã vou publicar uma lista de alimentos que podem ajudar a manter a funcionalidade das nossas defesas.