É muito frequente nos rótulos dos alimentos surgirem diferentes alegações nutricionais (mais informações sobre os rótulos neste post). Ao contrário do que muitas pessoas possam pensar, a maior parte dessas alegações está sujeita a regras rigorosas, e por isso muitas vezes os alimentos acabam por ser modificados de forma a irem de encontro às mesmas. Afinal, um rótulo alegar que determinado alimento tem “baixo teor de açúcar”, por exemplo, pode influenciar positivamente os consumidores, e, consequentemente, aumentar as vendas (pode ler um post com dicas para ler rótulos aqui). Aqui ficam as principais alegações encontradas nos alimentos, e a forma de as interpretar:
– “Baixo valor energético” – Para um alimento apresentar no rótulo este tipo de alegação, tem que ter menos de 40 kcal por 100g, se for sólido, ou menos de 20 kcal por 100mL, se for líquido. Convém não esquecer que para o total de calorias de um alimento deve ser considerada a quantidade de hidratos de carbono, gordura e proteína, sendo que é o somatório de todos estes que determina o potencial energético do mesmo.
– “Baixo teor de gordura” – Se um rótulo de um alimento contiver esta alegação, significa que o mesmo contém menos de 3g de gordura por 100g se for sólido, ou menos de 1,5g por 100mL se for líquido. No caso do leite meio gordo, este último valor sobe para 1,8g por 100mL.
– “Baixo teor de açúcar” – Esta é uma das alegações nutricionais mais valorizadas pelos consumidores, pelo que as empresas alimentares têm estado cada vez mais atentas à mesma. Para um alimento poder ter no seu rótulo esta informação, deve conter menos de 5g de açúcar por 100g, se for sólido, ou menos de 2,5g por 100mL, se for líquido.
As alegações nutricionais que surgem nos rótulos dos alimentos, como por exemplo baixo valor energético ou baixo teor de gordura e/o açúcar, podem ter um impacto significativo nas escolhas dos consumidores.
– “Sem açúcar adicionado” – Conforme o próprio nome indica, se no rótulo existir este tipo de informação, significa que durante a produção do alimento não foi adicionado nenhum açúcar. No entanto, isso não significa que o próprio alimento não contenha açúcares, desde que estejam naturalmente presentes no mesmo. Um exemplo desta situação é o que acontece com o leite simples, por exemplo, que apesar de não ter açúcares adicionados, contém lactose (açúcar) na sua composição.
– “Sem corantes nem conservantes” – Neste caso, esta alegação significa que durante a produção do alimento não foram utilizados aditivos alimentares (mais informações sobre os aditivos neste post) que pertencem à categoria dos corantes ou dos conservantes. Contudo, isso não significa que esse alimento é menos processado, ou que não contém aditivos, pois podem existir aditivos pertencentes às restantes categorias permitidas (mais informação sobre os diferentes tipos de aditivos neste post).
– “Fonte de proteínas” – Para um alimento possuir no rótulo esta alegação, tem que conter uma quantidade de proteína que corresponde a, no mínimo, 12% do total de calorias do mesmo. Para ter uma ideia, cada grama de proteína fornece 4kcal.
– “Baixo teor de sal” – Esta alegação, que também pode surgir sob a forma de “Baixo teor de sódio”, só pode ser aplicada se o alimento contiver menos de 0,12g de sódio (ou 0,3g de sal) por 100g ou 100mL, consoante se trate de um alimento sólido ou líquido, respetivamente.
Resumindo, a presença deste tipo de alegações nos rótulos é importante para informar os consumidores sobre determinada característica. No entanto, convém ter presente que não é o facto de um alimento ter no seu rótulo uma destas alegações que o torna um alimento saudável, ou melhor do que outro que não tem nenhuma alegação. É o somatório de todas as características que permite perceber quais são as melhores opções alimentares, ou seja, deve estar sempre atento a todas as informações que os rótulos lhe dão.
Saber interpretar corretamente os rótulos é fundamental para se tomar as melhores decisões na altura de escolher alimentos.