Nutrimentos

Cobre: principais fontes alimentares

Apesar de, tradicionalmente, o cobre ser um mineral que não está presente em doses muito elevadas nos alimentos, pode ser encontrado em vários produtos quer de origem animal, quer de origem vegetal. Devido a isso, com uma alimentação equilibrada e variada é possível atingir sem grande dificuldade a dose diária recomendada (mais informações sobre esse assunto neste post). No entanto, convém destacar que a absorção de cobre está muito dependente da quantidade total do mesmo que se encontra presente na alimentação, pois a sua biodisponibilidade (quantidade utilizada pelas células) varia entre 12% e 75%.


Do ponto de vista animal, as principais fontes deste micronutrimento são o marisco (nomeadamente as ostras, mas também a lagosta) e as vísceras e órgãos (principalmente o fígado e o coração). Já em relação aos alimentos de origem vegetal, há a destacar as sementes (em particular as sementes de sésamo, girassol e papoila), frutos oleaginosos (caju e castanha do Maranhã, principalmente), leguminosas (em especial o grão-de-bico), cereais integrais, chocolate (com elevado teor de cacau), hortícolas de folha verde escura, cogumelos shiitake e pimenta preta. De entre os alimentos de consumo menos frequente, o destaque vai para a spirulina, que tem vindo a ganhar popularidade nos últimos anos. Trata-se de uma cianobactéria, que é uma espécie de bactéria capaz de realizar fotossíntese e que vive na água, e que é uma excelente fonte de cobre (1 colher de sopa fornece cerca de metade da dose diária recomendada desse mineral). Adicionalmente, também a água da torneira e outras bebidas podem ser uma fonte relevante de cobre, não apenas pela quantidade total que fornecem, mas também porque tradicionalmente são consumidas em grande quantidade. Contudo, neste caso a quantidade de cobre disponível depende muito da origem da água/bebida, nomeadamente ao nível dos sistemas de transporte e armazenamento que, se forem feitos de cobre, acabam por contribuir para que exista uma quantidade significativa de cobre na bebida final.

 

O cobre pode ser obtido a partir de vários alimentos de origem animal e vegetal, bem como a partir da água da torneira.


Além de poder ser obtido a partir das suas fontes alimentares naturais, também é possível ingerir cobre recorrendo a alimentos fortificados, ou através de suplementos alimentares. Neste contexto, parece-me importante referir que de uma maneira geral, a sua biodisponibilidade é inferior à apresentada nos alimentos. Em relação especificamente aos suplementos de cobre, são muito variados, podendo conter apenas cobre, ou várias vitaminas e/ou minerais. A forma de cobre disponibilizada nos suplementos também é muito variável (óxido de cobre, sulfato de cobre, gluconato de cobre ou cobre complexado com aminoácidos), o que tem um impacto muito significativo na biodisponibilidade do produto final.


Apesar de ser indispensável para o correto funcionamento do nosso corpo, o consumo excessivo de cobre pode interferir com a eficácia de vários medicamentos/suplementos, tais como suplementos de zinco, contracetivos orais, ainti-inflamatórios não esteróides (aspirina e ibuprofeno, por exemplo), penicilina, alopurinol (utilizado no tratamento da gota), cimetidina (utilizado no tratamento de úlceras no estômago ou refluxo gástrico).

 

Quando necessário, o consumo de alimentos fortificados em cobre ou suplementos do mesmo podem ser utilizados para atingir a dose diária recomendada.

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