O ácido fólico é uma vitamina solúvel em água que pertence ao complexo B. Mais concretamente, é a vitamina B9, podendo também ser chamada de folato. Antigamente era conhecida como folacina.
Esta vitamina encontra-se sob várias formas nos alimentos, sendo de destacar o tetra-hidrofolato, 5-metiltetra-hidrofolato e monoglutamilfolato. Apesar dos nomes complexos, o ácido fólico é indispensável para inúmeros processos que ocorrem em todos os instantes nas nossas células. É fundamental para a produção do DNA (ou ADN), que é a substância bioquímica responsável pelas nossas características enquanto seres vivos individuais. Devido a isso, é indispensável para a divisão das células, ou seja, para a renovação dos tecidos. É também muito importante para o metabolismo que envolve os blocos de construção das proteínas, chamados aminoácidos. O ácido fólico, juntamente com a vitamina B12, é um elemento central na formação e maturação dos glóbulos vermelhos, que são as células que transportam o oxigénio no sangue. Desempenha também um papel fundamental no funcionamento do cérebro, estando intimamente relacionado com a parte cognitiva e emocional de cada pessoa.
O ácido fólico (vitamina B9) desempenha várias funções muito importantes no nosso organismo, sendo de destacar o seu papel ao nível dos glóbulos vermelhos e do cérebro
A quantidade de ácido fólico que se deve ingerir diariamente depende de vários fatores, tais como a idade, a gravidez e a amamentação. Na tabela seguinte apresento a dose diária recomendada para os diferentes grupos populacionais.
Atualmente há muitas alegações sobre potenciais benefícios do ácido fólico, em vários contextos diferentes, tais como no autismo, na diminuição do risco de aparecimento de vários tipos de cancro (intestino, pulmão, pâncreas, esófago, estômago, colo do útero, ovários, mama e bexiga), na prevenção de doenças cardiovasculares e AVCs, demência, doença de Alzheimer, depressão, perda auditiva associada à idade, parto prematuro, defeitos congénitos no coração e outras anomalias congénitas (fenda palatina, por exemplo). No entanto, convém referir que na grande maioria dos casos, não há ainda dados científicos suficientes para comprovar a eficácia desta vitamina nesses contextos. Ou seja, com base não conhecimento atual não é possível afirmar que o ácido fólico é benéfico nessas condições, nem que não tem efeito nenhum…
Para terminar, gostaria de referir que o ácido fólico, quando tomado sob a forma de suplementos, pode interferir com a atuação de alguns medicamentos, nomeadamente o metotrexato, que é utilizado no tratamento do cancro de doenças autoimunes. Pode também interferir com medicamentos utilizados no tratamento da epilepsia, tais como a fenitoína, carbamazepina e valproato. Há ainda a destacar a interação com a sulfasalazina, que é utilizada por pacientes com colite ulcerosa. Pode também interferir com a absorção intestinal de uma classe de antibióticos chamados tetraciclinas. Em qualquer um destes casos a suplementação com ácido fólico deve ser cuidadosamente analisada, e avaliados os seus riscos e benefícios.
O ácido fólico pode interferir com vários medicamentos utilizados em vários contextos médicos, nomeadamente no tratamento do cancro, doenças autoimunes, epilepsia, colite ulcerosa e infeções.