Uma das grandes revoluções recentes na alimentação foi, sem dúvida nenhuma, a refrigeração. A possibilidade de conservar os alimentos a temperaturas mais baixas permitiu uma conservação muito mais eficaz e segura, ao mesmo tempo que fez com que outros métodos de conservação menos saudáveis caíssem em desuso. Estou a falar, por exemplo, no fumo e no sal… Quando se fala em conservar os alimentos através do frio existem duas possibilidades, com potenciais e consequências diferentes: a refrigeração e a congelação. Hoje vou dedicar este post à congelação de alimentos…
O congelador é uma ajuda fantástica em vários contextos. Por exemplo, permite conservar alimentos crus para serem utilizados mais tarde, tais como carne, peixe, legumes, … Por outro lado, é também um método muito bom para conservar comida que sobrou de uma refeição. De uma maneira geral, quando a congelação é bem feita, é possível manter os alimentos num bom estado de conservação durante vários meses. Mas o que é que significa a congelação ser bem feita? Há essencialmente dois aspetos que devem ser valorizados para garantir uma correta congelação. O primeiro é a temperatura de congelação, que deve idealmente deve ser mais baixa do que -18ºC. O segundo é o tempo que demora a congelação. Apesar deste ser um aspeto muito importante, normalmente não lhe é dada a importância que merece. De facto, quando se quer congelar alguma coisa, a tendência é para abrir a gaveta do congelador, colocar lá dentro o alimento e fechar a porta. Quase ninguém se preocupa se a congelação demora 10 minutos ou 10 horas…
Para otimizar a congelação dos alimentos deve tentar que a mesma ocorra a temperaturas muito baixas e com a maior rapidez possível.
Mas como é que se pode diminuir o tempo de congelação dos alimentos? São várias as estratégias que pode adotar. Em primeiro lugar, deve evitar congelar porções grandes dos alimentos. Por exemplo, se quiser congelar curgete, pode congelá-la inteira, ou então pode optar por parti-la em pequenos pedaços. Se fizer isso, vai permitir que o frio chegue mais rapidamente a todas as partes da curgete. Consequentemente, a congelação vai ser mais rápida. A segunda estratégia passa por colocar os alimentos que quer congelar no frigorífico. Assim quando forem para o congelador já vão mais frios, e por isso a sua temperatura interna vai atingir o ponto de congelação mais rapidamente. Em terceiro lugar, deve tentar, sempre que possível, que os recipientes onde vai colocar a comida tenham sido previamente arrefecidos (no frigorífico ou preferencialmente no congelador). Dessa forma vai contribuir para que a temperatura dos alimentos que vai colocar no seu interior desça mais rapidamente. Por último, mas não menos importante, deve tentar que os alimentos que quer congelar fiquem nas prateleiras mais baixas do congelador e, de preferência em locais afastados da porta. E esta ideia é fácil de entender… As prateleiras mais baixas atingem temperaturas mais baixas (não se esqueça que o ar mais quente tem tendência a subir), e por isso ao escolhê-las para efetuar a congelação vai garantir uma temperatura inferior para os seus alimentos. E olhe que isto não é um simples detalhe, pois podemos estar a falar de uma diferença de alguns graus… Também os locais na gaveta que estão mais perto da porta têm tendência a atingir temperaturas menos baixas e, por isso, são locais a evitar durante o processo de congelação. Por último, há um conselho muito simples mas muito importante. Coloque sempre a data em tudo o que congela, pois por vezes há alimentos que permanecem muito tempo no congelador, porque entretanto outros já foram congelados e consumidos. E não é por um determinado alimento estar congelado que deixa de ter data de validade!
Congele porções pequenas, arrefeça previamente os alimentos e os recipientes que vai utilizar e opte pelas prateleiras mais baixas e pelos locais mais afastados da porta.
Resumindo, apesar da congelação ser um excelente método de conservação de alimentos, para poder tirar melhor partido do mesmo deve estar atento essencialmente à temperatura e à duração do processo. Só assim vai conseguir preservar da melhor forma possível as propriedades nutricionais dos seus alimentos.