A gripe é uma doença muito conhecida e que dispensa apresentações. Trata-se de um problema grave de saúde pública, que normalmente surge na altura do inverno e que globalmente afeta cerca de 5-10% dos adultos e 20-30% das crianças. Apesar de normalmente não ser fatal para a maior parte das pessoas (ainda assim mata cerca de meio milhão de pessoas por ano!), é uma doença que está associada a um elevado mal-estar físico, caracterizado por febre, dores no corpo e debilidade física e emocional. Ou seja, é caso para dizer, normalmente “não mata mas mói”… Os principais grupos em risco incluem os idosos, crianças, grávidas e pessoas com doenças crónicas. Além disso, desde 2009 que se reconhece que a obesidade é também um fator de risco para as complicações associadas à infeção com o vírus da gripe. Ou seja, com o aumento do número de pessoas com obesidade que se tem verificado nas últimas décadas, é de esperar que surjam também cada vez mais complicações associadas à gripe. Já lá diz o ditado, “uma má notícia nunca vem só”… Apesar de se tratar de uma doença para a qual não existe uma cura com medicamentos, pois estes apenas aliviam os sintomas, e a doença cura-se espontaneamente, geralmente ao fim de 3-5 dias, felizmente existe uma arma muito poderosa que pode ser utilizada para prevenir a gripe. Estou a falar da vacinação! Uma vez que todos os anos as características do vírus que causa a gripe (chamado vírus influenza) mudam significativamente, a vacinação deve ser feita anualmente. E na realidade esta vacinação tem ajudado milhões de pessoas em todo a mundo a não terem esta doença. Mas como é lógico, todos nós somos diferentes uns dos outros, e por isso a eficácia da própria vacina não igual para todos, nem é um método infalível de prevenção…
Recentemente foi divulgado um estudo na revista International Journal of Obesity no qual se procurou perceber se a obesidade podia alterar a probabilidade de se vir a sofrer de gripe, em pessoas que foram vacinadas contra essa doença. Os resultados obtidos não deixaram grande margem para dúvidas: a obesidade parece estar relacionada com um aumento significativo de se desenvolver a doença. Mais concretamente, observou-se o dobro do risco em pessoas obesas vacinadas! Claro que se pode pensar que uma pessoa obesa eventualmente poderá precisar de uma maior quantidade de vacina, e que os resultados obtidos podem ser uma consequência disso mesmo, mas os autores do estudo descartaram essa hipótese, ou seja, há características relacionadas com a obesidade que aumentam o risco de se ter gripe, após a vacinação.
Quem me conhece (pessoalmente, ou através do blog) sabe que eu gosto muito deste tipo de estudos que tenta ir para lá dos conceitos mais óbvios relacionados com a alimentação e com a composição corporal. A relação entre a obesidade e as doenças cardiovasculares, vários tipos de cancro e várias doenças inflamatórias está já bem documentada. Mas em relação à gripe, tendo em consideração que os participantes deste estudo estavam todos vacinados, confesso que fiquei um pouco surpreendido. Será que a obesidade interfere com o funcionamento do sistema imunitário? E mais importante ainda, será que o que foi observado em relação à vacina da gripe, pode também aplicar-se a outras vacinas? Esta última questão parece-me particularmente relevante, pois pode ter consequências óbvias ao nível da saúde pública. Pelo sim, pelo não, o melhor é mesmo evitar a obesidade, pois como este e muitos outros estudos revelam, e sendo a obesidade uma doença crónica, é um fator de risco para muitas complicações de saúde que podem comprometer a qualidade de vida e a própria vida de quem apresenta este tipo de problema.
Recentemente foi divulgado um estudo na revista International Journal of Obesity no qual se procurou perceber se a obesidade podia alterar a probabilidade de se vir a sofrer de gripe, em pessoas que foram vacinadas contra essa doença. Os resultados obtidos não deixaram grande margem para dúvidas: a obesidade parece estar relacionada com um aumento significativo de se desenvolver a doença. Mais concretamente, observou-se o dobro do risco em pessoas obesas vacinadas! Claro que se pode pensar que uma pessoa obesa eventualmente poderá precisar de uma maior quantidade de vacina, e que os resultados obtidos podem ser uma consequência disso mesmo, mas os autores do estudo descartaram essa hipótese, ou seja, há características relacionadas com a obesidade que aumentam o risco de se ter gripe, após a vacinação.
Quem me conhece (pessoalmente, ou através do blog) sabe que eu gosto muito deste tipo de estudos que tenta ir para lá dos conceitos mais óbvios relacionados com a alimentação e com a composição corporal. A relação entre a obesidade e as doenças cardiovasculares, vários tipos de cancro e várias doenças inflamatórias está já bem documentada. Mas em relação à gripe, tendo em consideração que os participantes deste estudo estavam todos vacinados, confesso que fiquei um pouco surpreendido. Será que a obesidade interfere com o funcionamento do sistema imunitário? E mais importante ainda, será que o que foi observado em relação à vacina da gripe, pode também aplicar-se a outras vacinas? Esta última questão parece-me particularmente relevante, pois pode ter consequências óbvias ao nível da saúde pública. Pelo sim, pelo não, o melhor é mesmo evitar a obesidade, pois como este e muitos outros estudos revelam, e sendo a obesidade uma doença crónica, é um fator de risco para muitas complicações de saúde que podem comprometer a qualidade de vida e a própria vida de quem apresenta este tipo de problema.