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Kefir: como consumir

Ao contrário do que muita gente pensa, manter o kefir e preparar os correspondentes produtos fermentados é uma tarefa que não é muito difícil de realizar. Obviamente que, sendo o kefir um produto vivo, exige alguns cuidados, mas nada de muito complicado. Basicamente, como qualquer ser vivo, o kefir tem que se alimentar e tem que ser mantido a uma temperatura adequada.
O kefir mais conhecido é o kefir de leite. A forma de tratar deste kefir é simples: deve cobri-lo com leite e deixá-lo a fermentar por cerca de 24h (este valor depende essencialmente da temperatura ambiente e da quantidade de leite utilizada). Em relação ao tipo de leite, pode utilizar leite magro, meio-gordo ou gordo. Conheço quem já tenha tentado utilizar leite sem lactose e não correu muito bem, mas há vários relatos na internet de pessoas a dizer que utilizam leite sem lactose e não têm problemas. Quanto à temperatura, o ideal será deixar o kefir com o leite à temperatura ambiente, pois assim as bactérias e os fungos desenvolvem-se melhor. O problema é que em ambientes mais quentes a fermentação torna-se muito rápida. Além disso, se a temperatura for mais elevada também se forma mais dióxido de carbono, o que significa que ocorreu mais fermentação alcoólica. Se quiser uma fermentação mais suave, obtendo assim um produto fermentado com um sabor menos intenso e menos ácido, pode optar por efetuar a fermentação a temperaturas mais baixas (pode até efetuar a fermentação no frigorífico). Tem é que ter em consideração que nesses casos o tempo de fermentação deve ser mais prolongado. Além disso, vai verificar também que apesar de continuar a fermentar, o kefir não se multiplica tanto, ou seja, não vai notar um aumento significativo do volume das colónias. Há quem utilize o kefir com bebidas vegetais, em vez do leite. Apesar de no início ainda se observar a existência de fermentação, na minha opinião essa pode não ser uma boa ideia, uma vez que as bebidas vegetais vão fazer com que algumas das espécies de bactérias existentes nos grãos de kefir comecem a morrer, ou seja, vai perder alguma da riqueza biológica dos mesmos.
Periodicamente deve lavar o kefir debaixo de água corrente, sendo que normalmente aconselha-se a realizar a lavagem 1-2 vezes por semana. Se precisar também pode congelar o kefir. Neste caso deve lavá-lo e escorrer bem antes de congelar. Em média o kefir mantém-se vivo durante 6 meses a 1 ano. Para o descongelar, basta coloca-lo em leite e deixá-lo à temperatura. Claro que é normal que a fermentação se inicie mais lentamente, mas não se preocupe que ele vai “ressuscitar”… 😀
Um aspeto que deve ter em atenção quando trata do seu kefir é a utilização de objetos metálicos. Globalmente esse material não é aconselhado, pois alguns dos microorganismos do kefir são sensíveis ao contacto com metais. Apesar de esta ser a recomendação geral, a utilização de objetos de aço inoxidável de boa qualidade parece não afetar o kefir, ou seja, o problema surge quando se libertam substâncias metálicas para o kefir. De qualquer das formas, o melhor é não arriscar. Nós cá em casa não arriscamos e por isso não utilizamos nada de metal em contacto com o kefir.
Se optar por consumir diretamente o leite fermentado, use a sua imaginação para testar várias combinações. Experimente diferentes frutas, cacau, canela, mel, compota, etc. Vai ver que há muitas formas de comer o kefir que vão ser do seu agrado! Além de poder consumir o leite fermentado, como se fosse uma espécie de iogurte, há muitas outras formas de o fazer. Por exemplo, utilize kefir para preparar smoothies ou gelados, ou então pode tentar fazer queijo fresco a partir do leite fermentado. Fica muito saboroso e não se nota o sabor ácido. O importante é que não cozinhe o leite fermentado pelo kefir, pois se o fizer vai estar a matar os microorganismos que contém, ou seja, vai perder o efeito probiótico.
Em relação ao kefir de água, que é bastante menos conhecido do que o kefir de leite, os conselhos gerais são os mesmos. No entanto, neste caso em vez de utilizar leite deve utilizar água com açúcar. Claro que os grãos vão ser completamente diferentes, pois o kefir de água é formado por microorganismos diferentes do kefir de leite. Pessoalmente acho mais interessante o kefir de leite, pois além do efeito probiótico vai estar também a ingerir um alimento muito rico do ponto de vista nutricional – o leite! Mas se por qualquer motivo não quiser ou não puder consumir leite, isso não tem que ser sinónimo de que não vai poder tirar partido dos benefícios do kefir. O sabor da água após fermentação é suave, mas continua a ser uma boa fonte de probióticos.

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