Muitas vezes se ouve dizer que o pequeno-almoço é a refeição mais importante do dia. Independentemente de ser A MAIS importante do dia, uma coisa é certa, o pequeno-almoço é, de facto, uma refeição fundamental para o nosso corpo lidar com as atividades diárias. Apesar de haver muita gente que não toma o pequeno-almoço, seja por falta de tempo, por falta de vontade, ou ambos, são cada vez mais os estudos que relacionam o consumo desta refeição com um padrão alimentar saudável. Sabe-se que, de uma maneira geral, o consumo do pequeno-almoço contribui não só para uma melhoria da qualidade nutricional do dia alimentar, como também para um melhor controlo no consumo de calorias diário e para um melhor equilíbrio metabólico no nosso organismo. Consequentemente, quem toma diariamente o pequeno-almoço apresenta um menor risco de ter excesso de peso e obesidade. Por outro lado, sabe-se que as pessoas que não comem o pequeno-almoço têm um risco aumentado de sofrer de diabetes tipo 2 e doenças cardiovasculares. Apesar de estas ideias gerais me parecerem fundamentais, obviamente que tão importante como tomar o pequeno-almoço é avaliar a qualidade do mesmo. A composição do pequeno-almoço varia muito de cultura para cultura e por isso o pequeno-almoço em Portugal não tem nada a ver com o pequeno-almoço em Inglaterra, por exemplo. Ou seja, o pequeno-almoço pode ser rico em fibra, vitaminas e minerais, proteína, gordura, hidratos de carbono, consoante o que comemos. Portanto, falar em tomar o pequeno-almoço é uma ideia muito redutora, deve-se falar em tomar um pequeno-almoço saudável!
Recentemente foi divulgado um estudo no qual foi avaliada a qualidade do pequeno-almoço no risco de desenvolvimento de doenças metabólicas e cardiovasculares. Este estudo contou com a participação de mais de 600 indivíduos. Observou-se que o pequeno-almoço é um importante fator no desenvolvimento das doenças cardiometabólicas, diminuindo o risco do aparecimento das mesmas. Genericamente, um maior consumo de cereais integrais, de fruta e uma diminuição no consumo de carnes processadas e de queijo gordo foram as características mais valorizadas pelos investigadores.
Se os resultados deste estudo são surpreendentes? Confesso que não. Mas há algo que me parece particularmente importante destacar. Normalmente temos a ideia de que, se é para fazer asneiras alimentares, ao menos que seja na primeira metade do dia, pois o nosso corpo tem ainda o resto do dia para “desgastar”. Conforme se observou neste estudo, isso não é necessariamente verdade, pois há riscos reais associados às asneiras no pequeno-almoço (e nas restantes refeições). Optar por pequenos-almoços mais simples, à base de pão rico em fibras ou flocos de aveia, por exemplo, incluir leite ou derivados com pouca gordura, evitar as carnes processadas como o fiambre ou o chouriço e terminar com uma peça de fruta são recomendações gerais que me parecem que podem ajudar a melhorar significativamente a qualidade nutricional do mesmo. Ao fazê-lo vai também contribuir para que a sua saúde melhore…