Vou começar este post com uma pergunta que eu costumo fazer muitas vezes: “Será que nós, seres humanos, somos mesmo humanos?”.
Dito desta forma, esta pergunta pode parecer um absurdo, pois é óbvio que nós somos claramente humanos. Mas a questão não é tão absurda assim, e vai muito para lá de ideias pré-concebidas, ou de outras noções que nos transmitem e que nós defendemos, muitas vezes sem por em causa aquilo que nos é dito… Pois bem, e se eu vos disser que nós temos, em média, pelo menos tantas bactérias no nosso corpo como células humanas? Ou seja, apenas 50% das células do corpo humano corresponde, de facto, a células humanas! E agora, a pergunta inicial, já faz um pouco mais de sentido? 🙂
Isto que eu acabei de dizer é mesmo verdade, no nosso corpo existem muito mais bactérias do que células humanas, sendo que, a grande maioria dessas bactérias se encontra no nosso intestino. Temos cerca de 1,5kg de bactérias no intestino! E só isto já nos ajuda a perceber que, afinal, as bactérias não podem ser todas “más”. Não são todas alvos a abater, nem fonte de doenças… Nós precisamos desses nossos amigos invisíveis, para o correto desenvolvimento e funcionamento do nosso organismo. Por isso, é que há cada vez mais pessoas a considerar o conjunto das nossas bactérias intestinais, a chamada microbiota intestinal, quase como se fosse um órgão do nosso corpo, mas externo. Apesar de ser um tema relativamente recente, cada vez se sabe mais sobre a microbiota intestinal, e posso dizer-vos que é uma área simplesmente fascinante. Aparentemente a composição da microbiota está relacionada não só com possíveis doenças gastrointestinais, mas também com outros tipos de problemas que aparentemente ninguém estaria à espera, tal como a obesidade, doenças hepáticas, doenças cardiovasculares, doenças neurodegenerativas ou distúrbios psiquiátricos como a depressão!!! Não pensem que estas bactérias são parasitas, pensem que são seres vivos que vivem em simbiose connosco, ou seja, nós damos proteção e um meio ambiente mais estável, e elas contribuem para o bom funcionamento do nosso corpo. Sabendo isso, não é de estranhar, por exemplo, que a microbiota intestinal do ser humano seja a mais complexa de todas as estudadas, o que também, por si só, é um dado curioso. É como se a microbiota refletisse a complexidade biológica do hospedeiro… Os principais tipos de bactérias que existem no intestino são: Actinobacteria, Bacteroidetes, Firmicutes, Poteobacteria e Verrucomicrobia (sim, eu sei que são nomes estranhos, mas foi assim que foram batizadas…).
Mas afinal, o que é que determina qual é a composição da nossa microbiota? Obviamente, a alimentação será um aspeto fundamental, talvez de longe o mais importante, apesar de haver outros aspetos importantes que devem ser considerados, tais como o tipo de parto do nosso nacimento, o stress emocional, a exposição ambiental, o consumo de medicamentos, etc. Na realidade, se a nossa microbiota intestinal é assim tão importante (e eu acredito que ainda conhecemos apenas uma pequena percentagem de todo o seu potencial), deve ser mantida íntegra e equilibrada. Neste contexto, qualquer alteração prejudicial no equilíbrio dos milhões de bactérias, de diferentes estirpes, que vivem no nosso organismo, pode ter consequências graves. Estes desequilíbrios são designados de disbiose. Reparem que eu tenho utilizado a palavra desequilíbrio, pois a ideia é mesmo essa. Pense na microbiota intestinal como uma comunidade, onde as diferentes populações coabitam o mesmo espaço, nas proporções adequadas. Se, por qualquer motivo, uma das populações adquire vantagem em relação às outras, começa a ganhar poder, e lá se vai o equilíbrio comunitário normal. Isto é que é disbiose.
Se atualmente nós ainda pensamos na alimentação como algo que deve ser ajustado em função das necessidades e características das nossas células humanas, não tenho dúvidas que no futuro esse conceito terá que ser repensado, no sentido de ser ajustado em função das necessidades e características não apenas das nossas células humanas, mas também das “nossas” células bacterianas!
Dito desta forma, esta pergunta pode parecer um absurdo, pois é óbvio que nós somos claramente humanos. Mas a questão não é tão absurda assim, e vai muito para lá de ideias pré-concebidas, ou de outras noções que nos transmitem e que nós defendemos, muitas vezes sem por em causa aquilo que nos é dito… Pois bem, e se eu vos disser que nós temos, em média, pelo menos tantas bactérias no nosso corpo como células humanas? Ou seja, apenas 50% das células do corpo humano corresponde, de facto, a células humanas! E agora, a pergunta inicial, já faz um pouco mais de sentido? 🙂
Isto que eu acabei de dizer é mesmo verdade, no nosso corpo existem muito mais bactérias do que células humanas, sendo que, a grande maioria dessas bactérias se encontra no nosso intestino. Temos cerca de 1,5kg de bactérias no intestino! E só isto já nos ajuda a perceber que, afinal, as bactérias não podem ser todas “más”. Não são todas alvos a abater, nem fonte de doenças… Nós precisamos desses nossos amigos invisíveis, para o correto desenvolvimento e funcionamento do nosso organismo. Por isso, é que há cada vez mais pessoas a considerar o conjunto das nossas bactérias intestinais, a chamada microbiota intestinal, quase como se fosse um órgão do nosso corpo, mas externo. Apesar de ser um tema relativamente recente, cada vez se sabe mais sobre a microbiota intestinal, e posso dizer-vos que é uma área simplesmente fascinante. Aparentemente a composição da microbiota está relacionada não só com possíveis doenças gastrointestinais, mas também com outros tipos de problemas que aparentemente ninguém estaria à espera, tal como a obesidade, doenças hepáticas, doenças cardiovasculares, doenças neurodegenerativas ou distúrbios psiquiátricos como a depressão!!! Não pensem que estas bactérias são parasitas, pensem que são seres vivos que vivem em simbiose connosco, ou seja, nós damos proteção e um meio ambiente mais estável, e elas contribuem para o bom funcionamento do nosso corpo. Sabendo isso, não é de estranhar, por exemplo, que a microbiota intestinal do ser humano seja a mais complexa de todas as estudadas, o que também, por si só, é um dado curioso. É como se a microbiota refletisse a complexidade biológica do hospedeiro… Os principais tipos de bactérias que existem no intestino são: Actinobacteria, Bacteroidetes, Firmicutes, Poteobacteria e Verrucomicrobia (sim, eu sei que são nomes estranhos, mas foi assim que foram batizadas…).
Mas afinal, o que é que determina qual é a composição da nossa microbiota? Obviamente, a alimentação será um aspeto fundamental, talvez de longe o mais importante, apesar de haver outros aspetos importantes que devem ser considerados, tais como o tipo de parto do nosso nacimento, o stress emocional, a exposição ambiental, o consumo de medicamentos, etc. Na realidade, se a nossa microbiota intestinal é assim tão importante (e eu acredito que ainda conhecemos apenas uma pequena percentagem de todo o seu potencial), deve ser mantida íntegra e equilibrada. Neste contexto, qualquer alteração prejudicial no equilíbrio dos milhões de bactérias, de diferentes estirpes, que vivem no nosso organismo, pode ter consequências graves. Estes desequilíbrios são designados de disbiose. Reparem que eu tenho utilizado a palavra desequilíbrio, pois a ideia é mesmo essa. Pense na microbiota intestinal como uma comunidade, onde as diferentes populações coabitam o mesmo espaço, nas proporções adequadas. Se, por qualquer motivo, uma das populações adquire vantagem em relação às outras, começa a ganhar poder, e lá se vai o equilíbrio comunitário normal. Isto é que é disbiose.
Se atualmente nós ainda pensamos na alimentação como algo que deve ser ajustado em função das necessidades e características das nossas células humanas, não tenho dúvidas que no futuro esse conceito terá que ser repensado, no sentido de ser ajustado em função das necessidades e características não apenas das nossas células humanas, mas também das “nossas” células bacterianas!