De uma maneira geral, e do ponto de vista nutricional, o peixe é um alimento extremamente interessante a vários níveis. É inegável a qualidade da sua proteína, a sua digestibilidade, o seu teor em vários minerais, mas também do ponto de vista da gordura que contém, o consumo de peixe deve ser estimulado. Neste contexto em particular, estou a referir-me em concreto aos peixes gordos, nomeadamente a sardinha, cavala, salmão, atum e arenque. Estes peixes são uma excelente fonte de ácidos gordos ómega-3, sendo que dentro dessa família de ácidos gordos, há 2 que merecem um destaque em particular, o ácido eicosapentanóico e o ácido docosahexanóico (EPA e DHA, respetivamente). O consumo destes ácidos gordos tem sido associado à modulação de vários processos relacionados com o exercício físico, como o aumento do fluxo sanguíneo para o músculo, diminuição da taxa de batimento cardíaco, diminuição da inflamação pós-exercício, melhorias no sistema imunitário, entre outros. Portanto, aparentemente existem vários potenciais benefícios relacionados com o consumo de EPA e DHA, no contexto do exercício físico. No entanto, apesar de haver vários estudos sobre estes assuntos, ainda não existe consenso sobre os reais efeitos/benefícios que o consumo de gordura de peixe pode ter em desportistas, principalmente porque os trabalhos têm sido efetuados com base em atividades físicas que envolvem fibras musculares menos sujeitas a fadiga.
Num estudo publicado recentemente, foi avaliado qual o impacto que o consumo de óleo de peixe rico em DHA teve em ciclistas treinados (do sexo masculino), sujeitos a períodos de atividade física de elevado desgaste. Os ciclistas do grupo sujeito à suplementação ingeriram 560mg DHA + 140mg EPA por dia, proveniente de óleo de atum. O consumo deste óleo não afetou significativamente a força isométrica dos músculos quadríceps, nem a performance em termos de poder máximo e velocidade. No entanto, diminuiu o consumo de oxigénio em períodos de exercício intenso continuado, sem picos de atividade física. Este feito só foi observado quando o exercício foi intenso, pois exercício pouco intenso ou moderado aparentou não ser afetado pelo consumo do óleo de peixe. Apesar de não ter sido observado efeito ao nível da performance total, o facto de haver uma diminuição do consumo de oxigénio parece sugerir uma menor fadiga muscular, o que pode ser um aspeto crucial, por exemplo, em provas de ciclismo de longa duração, como a Volta a Portugal, França, Itália ou Espanha, por exemplo. Nestes casos a diminuição da fadiga e, consequentemente, uma melhor capacidade de recuperação e regeneração podem fazer toda a diferença. Também em provas efetuadas a elevada altitude, onde a disponibilidade de oxigénio é menor, um menor consumo de oxigénio durante o exercício pode ser favorável.
Este é mais um trabalho que ilustra bem o impacto que pequenas alterações alimentares/nutricionais podem ter no desempenho global dos atletas. Atualmente vivemos um período onde as metodologias de treino estão muito desenvolvidas e otimizadas, sendo que ao nível da alimentação ainda muito pode ser feito. E não tenho dúvidas que, trabalhando em conjunto com os profissionais de atividade física, os nutricionistas podem ajudar a fazer a diferença…
Num estudo publicado recentemente, foi avaliado qual o impacto que o consumo de óleo de peixe rico em DHA teve em ciclistas treinados (do sexo masculino), sujeitos a períodos de atividade física de elevado desgaste. Os ciclistas do grupo sujeito à suplementação ingeriram 560mg DHA + 140mg EPA por dia, proveniente de óleo de atum. O consumo deste óleo não afetou significativamente a força isométrica dos músculos quadríceps, nem a performance em termos de poder máximo e velocidade. No entanto, diminuiu o consumo de oxigénio em períodos de exercício intenso continuado, sem picos de atividade física. Este feito só foi observado quando o exercício foi intenso, pois exercício pouco intenso ou moderado aparentou não ser afetado pelo consumo do óleo de peixe. Apesar de não ter sido observado efeito ao nível da performance total, o facto de haver uma diminuição do consumo de oxigénio parece sugerir uma menor fadiga muscular, o que pode ser um aspeto crucial, por exemplo, em provas de ciclismo de longa duração, como a Volta a Portugal, França, Itália ou Espanha, por exemplo. Nestes casos a diminuição da fadiga e, consequentemente, uma melhor capacidade de recuperação e regeneração podem fazer toda a diferença. Também em provas efetuadas a elevada altitude, onde a disponibilidade de oxigénio é menor, um menor consumo de oxigénio durante o exercício pode ser favorável.
Este é mais um trabalho que ilustra bem o impacto que pequenas alterações alimentares/nutricionais podem ter no desempenho global dos atletas. Atualmente vivemos um período onde as metodologias de treino estão muito desenvolvidas e otimizadas, sendo que ao nível da alimentação ainda muito pode ser feito. E não tenho dúvidas que, trabalhando em conjunto com os profissionais de atividade física, os nutricionistas podem ajudar a fazer a diferença…
2 Comments
Mónica Aguiar
Olá bom dia,
Gostaria de perguntar…tendo a diabetes tipo 1…
Que tipo de alimentação… Devo ter antes da prática de exercício físico… Para não ter descidas de açúcar?
Assim como… Após exercício que alimentos inferir para… Manter a glicemia estavel?
Obrigada pela atenção, fico a aguardar a sua resposta…
João Rodrigues
Bom dia, a sua pergunta não tem uma resposta direta, pois depende de muitos fatores, nomeadamente qual o tipo, dosagem e altura de administração da insulina. Um aspeto particularmente importante no contexto do exercício em pessoas com diabetes tipo 1 é o índice glicémico/carga glicémica, sendo que antes do exercício físico deve optar por alimentos com maiores valores desse parâmetro (mas em quantidades adequadas às suas características). Depois do exercício já deve optar por alimentos com baixo índice glicémico/carga glicémica.