Que nós somos o que comemos, não é novidade para ninguém. Agora se lhe disserem que nós também somos o que as nossas mães comeram, principalmente enquanto estavam grávidas, isso já pode ser novidade. Na realidade, se pensarmos um pouco no significado dessa ideia, até é fácil encontrarmos alguma lógica na mesma. Toda a gente sabe (ou pelo menos devia saber!) que, por exemplo, a ingestão de álcool durante a gravidez pode ter consequências ao nível do desenvolvimento do feto, que se vão refletir após o nascimento. No entanto, este tipo de consequências relacionadas com o que as grávidas comem não se resume a moléculas potencialmente perigosas, é extensível a tudo o que é ingerido. E os efeitos nos filhos podem ser duradouros, permanentes e, eventualmente, influenciar o aparecimento de doenças crónicas um dia mais tarde, por exemplo! Por isso é que eu costumo dizer que durante os cerca de 9 meses de gravidez, a mulher deve encarar o seu corpo como sendo algo que não é exclusivo dela, mas que também pertence ao bebé (ou bebés) que se está a desenvolver no seu interior, e portanto deve ter ainda mais atenção ao que come.
Um aspeto que assume um destaque cada vez maior está relacionado com o aumento de peso com que as grávidas se deparam durante o período gestacional. Como é óbvio, as grávidas devem aumentar de peso, e não existem fórmulas mágicas que possam ser generalizadas a todas as grávidas. No entanto, isso não quer dizer que não se deva ter (muito!) cuidado com o aumento de peso, até porque o mesmo pode levar a consequências negativas não só para a mãe mas também para o bebé… Pensar no aumento de peso como sendo apenas a acumulação de gordura no corpo é algo extremamente redutor. Devemos ir mais além do que essa simples ideia, e perceber que qualquer aumento de peso está relacionado com adaptações metabólicas e bioquímicas notáveis, e que sem essas complexas adaptações o nosso corpo não iria suportar tão facilmente esse aumento. Por isso, quando se pensa em alimentação, não nos devemos centrar apenas nas calorias ingeridas, ou na percentagem de macronutrimentos. Devemos pensar de forma mais global, em padrões alimentares…
Um aspeto que assume um destaque cada vez maior está relacionado com o aumento de peso com que as grávidas se deparam durante o período gestacional. Como é óbvio, as grávidas devem aumentar de peso, e não existem fórmulas mágicas que possam ser generalizadas a todas as grávidas. No entanto, isso não quer dizer que não se deva ter (muito!) cuidado com o aumento de peso, até porque o mesmo pode levar a consequências negativas não só para a mãe mas também para o bebé… Pensar no aumento de peso como sendo apenas a acumulação de gordura no corpo é algo extremamente redutor. Devemos ir mais além do que essa simples ideia, e perceber que qualquer aumento de peso está relacionado com adaptações metabólicas e bioquímicas notáveis, e que sem essas complexas adaptações o nosso corpo não iria suportar tão facilmente esse aumento. Por isso, quando se pensa em alimentação, não nos devemos centrar apenas nas calorias ingeridas, ou na percentagem de macronutrimentos. Devemos pensar de forma mais global, em padrões alimentares…
Recentemente foi divulgado um trabalho onde se procurou perceber de que forma é que os padrões alimentares maternos durante a gravidez poderiam influenciar a composição corporal dos recém-nascidos. Nesse trabalho, que contou com mais de 1400 grávidas, foram identificados 2 padrões alimentares distintos. O primeiro baseava-se em carne de aves, frutos secos, queijo, frutas e cereais integrais. O segundo englobava essencialmente vegetais ricos em amido, ovos, cereais processados e pouco consumo de produtos lácteos e hortícolas de folha verde escura. Foi observado que o primeiro padrão se relacionava com um maior aumento de peso da grávida durante a gestação, mas níveis mais baixos de glucose sanguínea; adicionalmente, não foram observados efeitos significativos ao nível da gordura corporal dos recém-nascidos. Em relação ao segundo padrão alimentar, provocou níveis mais elevados de glucose no sangue das grávidas, e um aumento significativo do peso e gordura dos recém-nascidos. As diferenças observadas ocorreram de forma independente do total de calorias ingerido e do índice de massa corporal das mães antes da gravidez.
Portanto, é evidente que os padrões alimentares das mães, durante a gravidez, vão ter impacto ao nível da composição corporal dos recém-nascidos, e, consequentemente, irão também ter impacto ao nível do futuro dos filhos (para o bem ou para o mal!). E o mais curioso é que cada vez há mais evidências que sugerem que o que é ingerido antes mesmo da conceção também poderá ter influência no desenvolvimento dos filhos. É como diz o Professor Doutor Pedro Moreira, diretor da Faculdade de Ciências da Nutrição da Universidade do Porto, “a nossa exposição ao meio ambiente começa na barriga das nossas avós”…
Portanto, é evidente que os padrões alimentares das mães, durante a gravidez, vão ter impacto ao nível da composição corporal dos recém-nascidos, e, consequentemente, irão também ter impacto ao nível do futuro dos filhos (para o bem ou para o mal!). E o mais curioso é que cada vez há mais evidências que sugerem que o que é ingerido antes mesmo da conceção também poderá ter influência no desenvolvimento dos filhos. É como diz o Professor Doutor Pedro Moreira, diretor da Faculdade de Ciências da Nutrição da Universidade do Porto, “a nossa exposição ao meio ambiente começa na barriga das nossas avós”…