Bolo-rei inteiro
Nutrição geral

Natal e dieta… como conciliar?

Toda a gente sabe que, para a grande maioria das pessoas, o Natal é a época do ano onde se cometem mais exageros alimentares. Por isso, defendo que nesses dias deve haver bastante “flexibilidade alimentar”, ou seja, há lugar para alguns “pecados”. Claro que o bom senso deve estar sempre presente, ou seja, deve moderar a quantidade daquilo que come, mas, de uma maneira geral, não precisa de se privar do que gosta, apenas deve comer menos… O problema é que, de uma maneira geral, os exageros alimentares começam no dia 24 e normalmente arrastam-se até à passagem de ano e terminam já em janeiro, provavelmente perto do Dia dos Reis (6 de janeiro). Este é, na minha opinião, o grande problema desta época do ano, pois algo que deveria ocorrer em apenas 2 dias normalmente transforma-se em 2 semanas! E nesse caso não tenho grandes dúvidas, se estiver a tentar perder peso, isso pode mesmo ser o início do fim da sua dieta!
Hoje decidi deixar alguns conselhos para o ajudar nessa árdua tarefa que é sobreviver ao Natal sem que a balança se ressinta muito:
1. Quando estiver a preparar a refeição da ceia do Natal (e da véspera de Ano Novo), ou a por a mesa, não petisque! O petiscar é muitas vezes sinónimo de exagero, por vários motivos… Em primeiro lugar, porque não sendo uma “refeição oficial”, muitas vezes não é vista como um potencial problema para a dieta. Ou seja, há muita gente que pensa que “desde que não exagere ao jantar, o que come antes não vai ter grande significado”. Não poderia estar mais enganado! Em segundo lugar, porque ao petiscar não vai ter uma noção real das quantidades que comeu, ou seja, é muito fácil comer umas centenas de calorias sem se aperceber.
2. Comece sempre as refeições com sopa de legumes, mesmo que não seja tradição familiar, pois as tradições podem ser mudadas. Aliás, porque é que não começa a criar a tradição familiar de comer sopa no dia de Natal? Assim vai começar a refeição com algo que vai encher o estômago mas vai dar-lhe poucas calorias. E quanto mais cheio estiver o estômago, menos lugar há para as “asneiras” que vêm a seguir.
3. Coma devagar, sem pressas. Este é, na minha opinião, um conselho fundamental! Sabia que o nosso cérebro precisa de cerca de meia hora para perceber que temos o estômago cheio? Portanto, se comer devagar, vai dar tempo ao cérebro para perceber que é melhor começar a mandar o seu corpo ficar sem apetite. Aproveite para descontrair e, à boa maneira da alimentação Mediterrânica, transforme a refeição num período de convívio. Afinal, quantas vezes é que costuma ter a sua família/amigos à mesa consigo? Além disso, a refeição do Natal é normalmente preparada com um cuidado especial, por isso nada melhor do que saborear calmamente cada garfada, para tirar partido daquela que é, para muita gente, a melhor refeição do ano. Gostaria ainda de sugerir que tentasse fazer uma pausa de pelo menos 10 minutos entre o bacalhau (ou outra comida qualquer) e as sobremesas. Dê tempo para que o cérebro perceba que o seu estômago já está bastante cheio, e assim quando começar a comer as sobremesas já está com muito menos fome.
4. Tenha em atenção as quantidades de comida que faz. Eu sei que não é fácil planificar as quantidades para muitas pessoas (se for esse o caso do seu Natal), mas é fundamental tentar fazê-lo! Se o fizer vai estar a assegurar-se que vão existir muito menos sobras, e também muito menos exageros. Por exemplo, se forem 4 pessoas a jantar, faz algum sentido fazer 20 rabanadas? Ou comprar um bolo rei grande? Porque é que não faz menos quantidade, e depois, ao longo do ano, se lhe apetecer, volta a comer esses (ou outros!) doces? Utilize sempre o velho ditado “mais não é sinónimo de melhor”…
5. Congele as sobras. Como é lógico não estou a sugerir que congele o bacalhau com as batatas cozidas, mas há muitos doces que podem e devem ser congelados, para evitar que caia em tentação nos dias a seguir ao Natal. O bolo-rei ou o pão-de-ló, por exemplo, são doces que pode congelar e comer mais tarde. Ao congelá-los vai estar a garantir que vão existir menos sobras e, por isso, não tem desculpa para continuar a atropelar a sua dieta nos últimos dias de Dezembro…
6. Ofereça as sobras. Apesar de haver várias sobras que podem ser congeladas, há também outras que não podem. Nesses casos, não fique com elas em casa. Divida pelos seus convidados, e mande um pouco para cada um. Ou então, se preferir, junte as sobras e faça uma boa ação… O que acha de ir oferecer um pouco da sua ceia de Natal a um sem-abrigo, ou a outra pessoa que sabe que passa muitas dificuldade e para quem o Natal é igual aos restantes dias?
Estas são apenas algumas sugestões que lhe vão permitir passar pelo Natal e pelo Ano Novo sem ter que deitar por terra todos os esforços e privações que teve que passar antes dessa época. Se pensar que o Natal e o Ano Novo são apenas 4 refeições especiais (jantar da véspera e almoço do dia seguinte), vai ver que a sua relação com a balança não vai ser muito afetada…

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