O iodo é um micronutriente fundamental para o nosso organismo. É utilizado essencialmente por uma glândula chamada tiroide, que necessita de iodo para produzir duas hormonas muito importantes, a triiodotironina e a tiroxina, também conhecidas como T3 e T4, respetivamente. Estas hormonas têm como principal função regular o nosso metabolismo basal, e, por isso, o consumo de iodo pode afetar de forma direta a nossa taxa metabólica. Além disso, o iodo é indispensável para o desenvolvimento do sistema nervoso central, não só ao nível fetal, mas também após o nascimento.
O iodo pode ser obtido, essencialmente, a partir de alimentos marinhos, tais como o peixe ou o marisco. Portugal é um país com uma costa fantástica, e com uma razão costa/interior muito elevada, mas infelizmente isso não impede que exista uma carência de iodo generalizada no nosso país. Na realidade, a deficiência de iodo é uma das deficiências alimentares mais comuns em todo o mundo. Para terem uma ideia do impacto desta carência, foi estimado que a utilização de sal iodado em áreas onde a carência de iodo é particularmente relevante, teria um impacto médio no QI dessa população de 8-10 pontos! Este é um exemplo notável de como nós podemos comprometer as nossas capacidades de forma mais ou menos oculta, sem nos apercebermos, por causa de erros alimentares, pois em média 8-10 pontos de QI é muito! Isto dá que pensar…
Sendo o iodo tão importante, obviamente que durante a gravidez deve existir um cuidado adicional com este (e com muitos outros!) micronutriente. Na realidade, as grávidas têm necessidades aumentadas de iodo devido a vários fatores, tais como, uma maior produção de hormonas da tiroide, transferência de iodo para o feto e aumento da excreção urinária de iodo.
Recentemente foi publicado um estudo que teve como objetivo perceber qual a relação existente entre o consumo alimentar de iodo durante a gravidez e o desenvolvimento do sistema nervoso dos filhos (medido em termos de linguagem, comunicação, desenvolvimento motor e problemas de comportamento). Este trabalho contou com a participação de quase 50000 pares mãe/filho. Foi observado que uma ingestão de iodo inferior ao recomendado, durante a gravidez, estava associada a problemas de comportamento e atrasos na linguagem e na motricidade fina de crianças com menos de 3 anos. No entanto, não foram observados efeitos ao nível da atividade motora global (apenas a motricidade fina foi afetada).
Aproveitando estes resultados, gostaria de terminar dizendo que a deficiência em iodo pode ser resolvida de forma mais ou menos simples e económica, pois o sal iodado, apesar de ser mais caro que o sal normal, não acarreta um grande esforço económico no orçamento familiar. Claro que, idealmente, o consumo de iodo pode também ser aumentado às custas de um maior consumo de peixe e marisco marinho. Atenção que um consumo adequado de iodo é fundamental não apenas durante a gravidez, mas durante toda a vida. Situações como esta podem estar na origem de algumas incapacidades das crianças (que se podem refletir depois na vida adulta), que nós assumimos exatamente como limitações que todos nós temos. E se por um lado é inegável que ninguém é perfeito, e todos nós temos áreas em que somos melhores, e áreas em que somos piores, a questão é perceber quantas dessas limitações não poderiam ser evitadas, se tivéssemos uma alimentação mais adequada…
O iodo pode ser obtido, essencialmente, a partir de alimentos marinhos, tais como o peixe ou o marisco. Portugal é um país com uma costa fantástica, e com uma razão costa/interior muito elevada, mas infelizmente isso não impede que exista uma carência de iodo generalizada no nosso país. Na realidade, a deficiência de iodo é uma das deficiências alimentares mais comuns em todo o mundo. Para terem uma ideia do impacto desta carência, foi estimado que a utilização de sal iodado em áreas onde a carência de iodo é particularmente relevante, teria um impacto médio no QI dessa população de 8-10 pontos! Este é um exemplo notável de como nós podemos comprometer as nossas capacidades de forma mais ou menos oculta, sem nos apercebermos, por causa de erros alimentares, pois em média 8-10 pontos de QI é muito! Isto dá que pensar…
Sendo o iodo tão importante, obviamente que durante a gravidez deve existir um cuidado adicional com este (e com muitos outros!) micronutriente. Na realidade, as grávidas têm necessidades aumentadas de iodo devido a vários fatores, tais como, uma maior produção de hormonas da tiroide, transferência de iodo para o feto e aumento da excreção urinária de iodo.
Recentemente foi publicado um estudo que teve como objetivo perceber qual a relação existente entre o consumo alimentar de iodo durante a gravidez e o desenvolvimento do sistema nervoso dos filhos (medido em termos de linguagem, comunicação, desenvolvimento motor e problemas de comportamento). Este trabalho contou com a participação de quase 50000 pares mãe/filho. Foi observado que uma ingestão de iodo inferior ao recomendado, durante a gravidez, estava associada a problemas de comportamento e atrasos na linguagem e na motricidade fina de crianças com menos de 3 anos. No entanto, não foram observados efeitos ao nível da atividade motora global (apenas a motricidade fina foi afetada).
Aproveitando estes resultados, gostaria de terminar dizendo que a deficiência em iodo pode ser resolvida de forma mais ou menos simples e económica, pois o sal iodado, apesar de ser mais caro que o sal normal, não acarreta um grande esforço económico no orçamento familiar. Claro que, idealmente, o consumo de iodo pode também ser aumentado às custas de um maior consumo de peixe e marisco marinho. Atenção que um consumo adequado de iodo é fundamental não apenas durante a gravidez, mas durante toda a vida. Situações como esta podem estar na origem de algumas incapacidades das crianças (que se podem refletir depois na vida adulta), que nós assumimos exatamente como limitações que todos nós temos. E se por um lado é inegável que ninguém é perfeito, e todos nós temos áreas em que somos melhores, e áreas em que somos piores, a questão é perceber quantas dessas limitações não poderiam ser evitadas, se tivéssemos uma alimentação mais adequada…