Não há dúvida que vivemos num mundo onde o plástico está cada vez mais presente no nosso dia-a-dia. E na alimentação não é diferente! Os alimentos que compramos vêm muitas vezes embalados em contacto com plástico, em casa temos recipientes de plástico para guardar a comida, muitas vezes em eventos e piqueniques servem-nos a comida em pratos de plástico, e utilizamos talheres de plástico, e tantas outras situações que eu podia estar aqui a mencionar… A questão que se coloca é: será que é boa ideia colocarmos a comida em contacto com o plástico? Já sei que este tema é polémico, e que existem várias opiniões diferentes, desde as mais extremas às mais tolerantes, mas vou tentar deixar aqui a minha opinião, baseada, como procuro sempre fazer, na evidência científica atual.
Em primeiro lugar convém definir o conceito central deste post, o plástico. Na realidade não existe “o” plástico, existem muitos tipos de plástico diferentes, com propriedades e perigosidades (muito!) diferentes, que surgem através da combinação de polímeros normalmente derivados do petróleo com diferentes substâncias químicas. Dois compostos que são muitas vezes utilizados para alterar as propriedades do produto final são o bisfenol-A (BPA) e os ftalatos. O primeiro tem vindo, felizmente, a ser cada vez menos utilizado, e serve para se produzir plástico mais duro e transparente. Os segundos são usados na produção de plástico macio e flexível. Quer o BPA quer os ftalatos são substâncias potencialmente perigosas para o ser humano, uma vez que afetam a produção e o funcionamento de algumas hormonas. E é aqui que começam os problemas…
Quanto um alimento é colocado em contacto com plástico, existe sempre o risco de haver alguma transferência de substâncias químicas para os alimentos. Na maior parte das vezes, o aumento da temperatura e a presença de gordura aceleram a probabilidade de ocorrência dessas transferências. Mas não é só à temperatura e à gordura que deve estar atento! A acidez dos alimentos, a sua humidade, a luz, a forma como são lavados os recipientes, e o tempo de utilização dos mesmos são tudo características muito importantes que condicionam a segurança (ou insegurança!) do recipiente em causa!
Atualmente existem cada vez mais evidências que sugerem que a contaminação da comida com BPA, ftalatos ou outros compostos químicos das embalagens/recipientes de plástico aumenta o risco de desenvolvimento de hipertensão arterial, resistência à insulina, diabetes tipo 2, aparecimento de alguns tipos de cancro, entre outros. Além disso, parece também haver um impacto negativo no desenvolvimento do cérebro e dos órgãos reprodutores dos fetos, portanto trata-se de uma situação particularmente importante para as grávidas e para os bebés.
Um aspeto importante está relacionado com a utilização que quer dar ao recipiente de plástico. Mais importante do que a marca, é a garantia de que o recipiente se adequa ao que vai fazer com ele. Em primeiro lugar, qualquer recipiente de plástico que contacte com alimentos deve ser próprio para isso, ou seja, deve ter o símbolo de um garfo e uma faca (normalmente na base). Se quiser utilizá-lo no micro-ondas, deve ter essa informação escrita, ou representada por um símbolo que são umas ondas. Se o objetivo for congelar alimentos no seu interior, o recipiente deve ter a indicação de que é próprio para isso, ou ter um floco de neve. Também em relação à limpeza dos recipientes, deve ter cuidado com a forma como a faz, pois nem todos podem ir para a máquina da louça (os que podem devem ter essa indicação). Em relação a este assunto, devo confessar que eu nunca coloco recipientes e utensílios de plástico na máquina de lavar, mesmo quando existe essa indicação. A lavagem manual é menos agressiva, principalmente em relação à temperatura da água.
Há algo que é muito curioso no meio desta controvérsia. Já há vários anos que foi reconhecido, pelas autoridades competentes, que existe o potencial de transferência de pequenas quantidades de diferentes substâncias químicas de recipientes de plástico para a comida. Apesar disso, na minha opinião ainda estamos longe de saber lidar com este problema, e há muitas “asneiras” que são feitas diariamente. Em relação a isto acho que mais vale adotar a velha máxima de jogar pelo seguro e, pelo sim pelo não, limitar a utilização dos recipientes de plástico. E tal como em qualquer outro tipo de produtos, há recipientes com muita qualidade, e há outros sem qualidade nenhuma, ou seja, há que saber escolher o que se utiliza!
Concluindo, sempre que possível deve optar por recipientes de vidro, cerâmica ou inox, pois até prova em contrário tratam-se de materiais inertes que não contaminam a comida. Se quiser utilizar recipientes de plástico, escolha os que são adequados para a utilização que pretende, e, de preferência, de boa qualidade. Não se esqueça que o plástico é um material que se degrada com o tempo e com a utilização, portanto se notar algum sinal de degradação (riscos, mudança de cor, deformação, etc.) deve deitar fora o recipiente e substituí-lo por um novo. Os riscos são particularmente importantes, uma vez que quando estão presentes significa que as camadas externas do plástico estão danificadas. Eu normalmente utilizo os recipientes de plástico para armazenar alimentos secos (frutos secos, fruta inteira com casca, cereais, etc.), sendo que para os outros tipos de alimentos normalmente utilizo recipientes de vidro ou de pyrex. Desta forma sei que estou a contribuir para que a minha família tenha um futuro mais saudável…
Em primeiro lugar convém definir o conceito central deste post, o plástico. Na realidade não existe “o” plástico, existem muitos tipos de plástico diferentes, com propriedades e perigosidades (muito!) diferentes, que surgem através da combinação de polímeros normalmente derivados do petróleo com diferentes substâncias químicas. Dois compostos que são muitas vezes utilizados para alterar as propriedades do produto final são o bisfenol-A (BPA) e os ftalatos. O primeiro tem vindo, felizmente, a ser cada vez menos utilizado, e serve para se produzir plástico mais duro e transparente. Os segundos são usados na produção de plástico macio e flexível. Quer o BPA quer os ftalatos são substâncias potencialmente perigosas para o ser humano, uma vez que afetam a produção e o funcionamento de algumas hormonas. E é aqui que começam os problemas…
Quanto um alimento é colocado em contacto com plástico, existe sempre o risco de haver alguma transferência de substâncias químicas para os alimentos. Na maior parte das vezes, o aumento da temperatura e a presença de gordura aceleram a probabilidade de ocorrência dessas transferências. Mas não é só à temperatura e à gordura que deve estar atento! A acidez dos alimentos, a sua humidade, a luz, a forma como são lavados os recipientes, e o tempo de utilização dos mesmos são tudo características muito importantes que condicionam a segurança (ou insegurança!) do recipiente em causa!
Atualmente existem cada vez mais evidências que sugerem que a contaminação da comida com BPA, ftalatos ou outros compostos químicos das embalagens/recipientes de plástico aumenta o risco de desenvolvimento de hipertensão arterial, resistência à insulina, diabetes tipo 2, aparecimento de alguns tipos de cancro, entre outros. Além disso, parece também haver um impacto negativo no desenvolvimento do cérebro e dos órgãos reprodutores dos fetos, portanto trata-se de uma situação particularmente importante para as grávidas e para os bebés.
Um aspeto importante está relacionado com a utilização que quer dar ao recipiente de plástico. Mais importante do que a marca, é a garantia de que o recipiente se adequa ao que vai fazer com ele. Em primeiro lugar, qualquer recipiente de plástico que contacte com alimentos deve ser próprio para isso, ou seja, deve ter o símbolo de um garfo e uma faca (normalmente na base). Se quiser utilizá-lo no micro-ondas, deve ter essa informação escrita, ou representada por um símbolo que são umas ondas. Se o objetivo for congelar alimentos no seu interior, o recipiente deve ter a indicação de que é próprio para isso, ou ter um floco de neve. Também em relação à limpeza dos recipientes, deve ter cuidado com a forma como a faz, pois nem todos podem ir para a máquina da louça (os que podem devem ter essa indicação). Em relação a este assunto, devo confessar que eu nunca coloco recipientes e utensílios de plástico na máquina de lavar, mesmo quando existe essa indicação. A lavagem manual é menos agressiva, principalmente em relação à temperatura da água.
Há algo que é muito curioso no meio desta controvérsia. Já há vários anos que foi reconhecido, pelas autoridades competentes, que existe o potencial de transferência de pequenas quantidades de diferentes substâncias químicas de recipientes de plástico para a comida. Apesar disso, na minha opinião ainda estamos longe de saber lidar com este problema, e há muitas “asneiras” que são feitas diariamente. Em relação a isto acho que mais vale adotar a velha máxima de jogar pelo seguro e, pelo sim pelo não, limitar a utilização dos recipientes de plástico. E tal como em qualquer outro tipo de produtos, há recipientes com muita qualidade, e há outros sem qualidade nenhuma, ou seja, há que saber escolher o que se utiliza!
Concluindo, sempre que possível deve optar por recipientes de vidro, cerâmica ou inox, pois até prova em contrário tratam-se de materiais inertes que não contaminam a comida. Se quiser utilizar recipientes de plástico, escolha os que são adequados para a utilização que pretende, e, de preferência, de boa qualidade. Não se esqueça que o plástico é um material que se degrada com o tempo e com a utilização, portanto se notar algum sinal de degradação (riscos, mudança de cor, deformação, etc.) deve deitar fora o recipiente e substituí-lo por um novo. Os riscos são particularmente importantes, uma vez que quando estão presentes significa que as camadas externas do plástico estão danificadas. Eu normalmente utilizo os recipientes de plástico para armazenar alimentos secos (frutos secos, fruta inteira com casca, cereais, etc.), sendo que para os outros tipos de alimentos normalmente utilizo recipientes de vidro ou de pyrex. Desta forma sei que estou a contribuir para que a minha família tenha um futuro mais saudável…