O leite materno é um alimento fantástico! Em primeiro lugar, porque o período de tempo em que a mãe está a dar de mamar é um momento de intimidade e proximidade entre mãe e filho que serve para fortalecer laços que serão fundamentais para o desenvolvimento do bebé, mas que são igualmente muito importantes para a mãe (convém não esquecer, por exemplo, que a depressão pós-parto é uma realidade muito frequente…). Em segundo lugar, porque o leite materno contém, do ponto de vista nutricional, tudo o que o bebé necessita para um correto desenvolvimento. Além de permitir uma hidratação adequada, fornece todos os nutrimentos indispensáveis para esse período em que o nosso corpo sofre mudanças profundas e contínuas, os primeiros tempos de vida! Por estas razões, é aconselhado que, se possível, o bebé se alimente exclusivamente de leite materno até aos 6 meses de idade.
Do ponto de vista nutricional, a composição do leite materno está dependente de vários fatores. O estado emocional e físico da mãe, o seu estado de hidratação, ou o que a mãe comeu nas horas antes de dar de mamar têm influência direta na composição e no sabor do leite materno. E este aspeto é particularmente importante porque pode influenciar a aceitação não só do próprio leite materno, mas também a aceitação futura de determinados alimentos. Quantas vezes já tentou, ou viu alguém a tentar, que uma criança coma hortícolas, e ela se recusava, porque “não gosta”? Sabe que em parte, os nossos gostos alimentares podem ser educados? E que tal começar a educar o gosto alimentar do seu filho alterando o sabor do leite materno? Está provado que os bebés aprendem determinados sabores mesmo antes de provarem os respetivos alimentos, através da transmissão de moléculas da mãe para o líquido amniótico (neste caso, antes do parto), ou para o leite materno. E nada melhor do que o leite materno para servir de “veículo” para educar as preferências alimentares do bebé! Este efeito parece ser mais significativo durante os primeiros 4 meses de vida. Apesar de ser um assunto polémico, há vários estudos que defendem que as crianças que são amamentadas até mais tarde são normalmente menos seletivas nas suas preferências alimentares, ou seja, toleram melhor diferentes alimentos (basta pensar que a mãe vai variando a sua alimentação, o que se reflete em diferentes sabores no leite materno, enquanto que se se utilizar o leite comercial para bebés o sabor é muito mais constante).
Num trabalho publicado recentemente, foi avaliado se manipulando a alimentação de mães lactantes, nomeadamente ao nível do consumo de sumos de diferentes hortícolas, é possível modificar as preferências alimentares do bebé mas também da mãe. Verificou-se que os bebés de mães que beberam os sumos, por exemplo sumo de cenoura, aceitaram mais facilmente o consumo de produtos com sabor a sumo de cenoura. Além disso, observou-se também que o efeito foi mais evidente quando o consumo de sumos de hortícolas começou meio mês após o parto, do que quando começou 1-2 meses após o parto.
Confesso que gosto muito deste tipo de estudos, pois acredito sinceramente que com a alimentação nós conseguimos alterar muitas características que até agora se pensava que eram inevitáveis. Saber em que altura uma mãe deve comer determinados alimentos, quanto é que deve comer, e durante quanto tempo é que deve repetir essa ingestão são desafios que naturalmente serão esclarecidos à medida que vamos compreendendo melhor de que forma a alimentação pode ser um importante interveniente na relação única que existe entre uma mãe e um recém-nascido. Portanto, se está grávida ou se foi mãe há pouco tempo não se esqueça, além de ter que ter muito cuidado com a alimentação por causa das mudanças constantes que o seu corpo sofreu e está a sofrer, deve ter também em atenção que a composição do leite materno pode ser alterada, de forma a dar ao seu bebé não só o que ele precisa para o seu desenvolvimento, mas também porque o leite materno representa uma oportunidade para o seu filho contactar com sabores e paladares mesmo antes de iniciar a diversificação alimentar.
Do ponto de vista nutricional, a composição do leite materno está dependente de vários fatores. O estado emocional e físico da mãe, o seu estado de hidratação, ou o que a mãe comeu nas horas antes de dar de mamar têm influência direta na composição e no sabor do leite materno. E este aspeto é particularmente importante porque pode influenciar a aceitação não só do próprio leite materno, mas também a aceitação futura de determinados alimentos. Quantas vezes já tentou, ou viu alguém a tentar, que uma criança coma hortícolas, e ela se recusava, porque “não gosta”? Sabe que em parte, os nossos gostos alimentares podem ser educados? E que tal começar a educar o gosto alimentar do seu filho alterando o sabor do leite materno? Está provado que os bebés aprendem determinados sabores mesmo antes de provarem os respetivos alimentos, através da transmissão de moléculas da mãe para o líquido amniótico (neste caso, antes do parto), ou para o leite materno. E nada melhor do que o leite materno para servir de “veículo” para educar as preferências alimentares do bebé! Este efeito parece ser mais significativo durante os primeiros 4 meses de vida. Apesar de ser um assunto polémico, há vários estudos que defendem que as crianças que são amamentadas até mais tarde são normalmente menos seletivas nas suas preferências alimentares, ou seja, toleram melhor diferentes alimentos (basta pensar que a mãe vai variando a sua alimentação, o que se reflete em diferentes sabores no leite materno, enquanto que se se utilizar o leite comercial para bebés o sabor é muito mais constante).
Num trabalho publicado recentemente, foi avaliado se manipulando a alimentação de mães lactantes, nomeadamente ao nível do consumo de sumos de diferentes hortícolas, é possível modificar as preferências alimentares do bebé mas também da mãe. Verificou-se que os bebés de mães que beberam os sumos, por exemplo sumo de cenoura, aceitaram mais facilmente o consumo de produtos com sabor a sumo de cenoura. Além disso, observou-se também que o efeito foi mais evidente quando o consumo de sumos de hortícolas começou meio mês após o parto, do que quando começou 1-2 meses após o parto.
Confesso que gosto muito deste tipo de estudos, pois acredito sinceramente que com a alimentação nós conseguimos alterar muitas características que até agora se pensava que eram inevitáveis. Saber em que altura uma mãe deve comer determinados alimentos, quanto é que deve comer, e durante quanto tempo é que deve repetir essa ingestão são desafios que naturalmente serão esclarecidos à medida que vamos compreendendo melhor de que forma a alimentação pode ser um importante interveniente na relação única que existe entre uma mãe e um recém-nascido. Portanto, se está grávida ou se foi mãe há pouco tempo não se esqueça, além de ter que ter muito cuidado com a alimentação por causa das mudanças constantes que o seu corpo sofreu e está a sofrer, deve ter também em atenção que a composição do leite materno pode ser alterada, de forma a dar ao seu bebé não só o que ele precisa para o seu desenvolvimento, mas também porque o leite materno representa uma oportunidade para o seu filho contactar com sabores e paladares mesmo antes de iniciar a diversificação alimentar.