Apesar de toda a gente saber que o consumo de frutas e hortícolas está associado a uma melhor saúde e a uma diminuição do risco de várias doenças, nomeadamente, diabetes, hipertensão arterial e vários tipos de cancro, o que é certo é que, de acordo com o Inquérito Alimentar Nacional e de Atividade Física, cujos dados foram apresentados há poucos meses, mais de metade da população portuguesa não consume as 400g diárias recomendadas (este problema é particularmente grave em crianças e adolescentes!). É caso para dizer: “Melhor do que as palavras são os atos”… São muitas as possíveis razões por detrás desta situação, e por isso é particularmente importante perceber de que forma é que o consumo de frutas e hortícolas pode ser aumentado.
De uma maneira geral, as medidas económicas parecem ser um aspeto com muita influência no consumo alimentar. No caso concreto das frutas e hortícolas, muitas vezes é alegado que se tratam de produtos caros, quando comparados com outros menos interessantes do ponto de vista nutricional, mas mais apelativos para a maioria dos consumidores. Na realidade, têm sido implementadas em vários países medidas que visem baixar o preço das frutas e hortícolas, com o objetivo de aumentar o seu consumo. Até porque, se a margem de lucro for menor, mas o consumo aumentar, todos ficam a ganhar! Por exemplo, observou-se que uma campanha de redução de 50% do preço desse tipo de produtos fez com que o seu consumo aumentasse cerca de 3 vezes, mesmo após a campanha ter terminado. Ou seja, aparentemente é preciso haver alguns estímulos para motivar para a compra, sendo que, depois dessa motivação existir, o consumo parece manter-se em níveis mais elevados do que os iniciais.
Recentemente foi publicado um trabalho no qual foi avaliada a importância de alguns fatores psicossociais no consumo de frutas e hortícolas. Verificou-se que a existência de descontos aumentou o consumo de frutas e hortícolas, sendo que esta situação se manteve após terminarem os descontos. Foi igualmente observado que o desconto serviu não só de incentivo, mas também como uma oportunidade para o aumento do consumo de frutas e hortícolas, através do aumento dos níveis de motivação e interesse dos participantes. Igualmente importante, a auto-eficácia, ou seja, a convicção de que uma pessoa é capaz de realizar uma tarefa, foi significativamente aumentada pelas promoções.
Este tipo de trabalho é particularmente relevante para se perceber como é que, do ponto de vista da psicologia, se consegue motivar a população para escolhas alimentares mais saudáveis. Mais ainda, esta mudança de comportamento deve ser encarada como uma oportunidade para mudar hábitos, mais do que uma situação esporádica e temporária. Se pensarmos em termos de planos de emagrecimento, todos sabemos que a grande dificuldade está exatamente nesse aspeto, ou seja, como manter a motivação e a determinação após umas semanas de alteração dos hábitos alimentares. E, já agora, era bom que os agentes económicos começassem a olhar para esta problemática de forma mais séria, pois é fundamental que tenham a noção que o seu papel ao nível do comportamento da população é extremamente relevante! Não quero com isto desvalorizar o esforço e a importância que todos nós, enquanto consumidores isolados, temos, mas se a mudança de mentalidade começasse no topo da hierarquia, ao nível de quem nos disponibiliza os produtos que compramos, talvez globalmente o nosso padrão alimentar fosse mais saudável…
De uma maneira geral, as medidas económicas parecem ser um aspeto com muita influência no consumo alimentar. No caso concreto das frutas e hortícolas, muitas vezes é alegado que se tratam de produtos caros, quando comparados com outros menos interessantes do ponto de vista nutricional, mas mais apelativos para a maioria dos consumidores. Na realidade, têm sido implementadas em vários países medidas que visem baixar o preço das frutas e hortícolas, com o objetivo de aumentar o seu consumo. Até porque, se a margem de lucro for menor, mas o consumo aumentar, todos ficam a ganhar! Por exemplo, observou-se que uma campanha de redução de 50% do preço desse tipo de produtos fez com que o seu consumo aumentasse cerca de 3 vezes, mesmo após a campanha ter terminado. Ou seja, aparentemente é preciso haver alguns estímulos para motivar para a compra, sendo que, depois dessa motivação existir, o consumo parece manter-se em níveis mais elevados do que os iniciais.
Recentemente foi publicado um trabalho no qual foi avaliada a importância de alguns fatores psicossociais no consumo de frutas e hortícolas. Verificou-se que a existência de descontos aumentou o consumo de frutas e hortícolas, sendo que esta situação se manteve após terminarem os descontos. Foi igualmente observado que o desconto serviu não só de incentivo, mas também como uma oportunidade para o aumento do consumo de frutas e hortícolas, através do aumento dos níveis de motivação e interesse dos participantes. Igualmente importante, a auto-eficácia, ou seja, a convicção de que uma pessoa é capaz de realizar uma tarefa, foi significativamente aumentada pelas promoções.
Este tipo de trabalho é particularmente relevante para se perceber como é que, do ponto de vista da psicologia, se consegue motivar a população para escolhas alimentares mais saudáveis. Mais ainda, esta mudança de comportamento deve ser encarada como uma oportunidade para mudar hábitos, mais do que uma situação esporádica e temporária. Se pensarmos em termos de planos de emagrecimento, todos sabemos que a grande dificuldade está exatamente nesse aspeto, ou seja, como manter a motivação e a determinação após umas semanas de alteração dos hábitos alimentares. E, já agora, era bom que os agentes económicos começassem a olhar para esta problemática de forma mais séria, pois é fundamental que tenham a noção que o seu papel ao nível do comportamento da população é extremamente relevante! Não quero com isto desvalorizar o esforço e a importância que todos nós, enquanto consumidores isolados, temos, mas se a mudança de mentalidade começasse no topo da hierarquia, ao nível de quem nos disponibiliza os produtos que compramos, talvez globalmente o nosso padrão alimentar fosse mais saudável…