Quem é que nunca passou por períodos onde sentiu uma enorme vontade de comer chocolate (ou outra coisa qualquer!), e, por mais que a consciência dissesse para não o fazer, acabou por não resistir? E queijo? E gelado? Estas vontades súbitas e intensas para se comer um alimento em particular (seja ele qual for), que são quase impossíveis de resistir tendem a ser mais frequentes e intensas durante períodos de perda de peso. E são, também, um dos principais motivos para o insucesso que algumas estratégias de perda de peso têm… Normalmente 80-85% destes desejos súbitos terminam com a ingestão do alimento, e às vezes basta um destes “deslizes” para destruir um percurso difícil de meses de alteração de hábitos alimentares e estilo de vida. Apesar de todos termos, por vezes, estas vontades súbitas de querer comer algo, normalmente essa situação é mais frequente em pessoas com pesos mais elevados, sendo que está estimado que os mesmos podem contribuir com cerca de 11% do peso em excesso. É, por isso, um assunto que merece uma atenção particular, não só por parte dos nutricionistas, mas principalmente por parte dos pacientes.
Mas afinal, como é que surgem estes desejos (quase) incontroláveis? A teoria mais aceite diz que o consumo de determinados alimentos tem tendência a estar emparelhado com alguns estímulos (ansiedade, ver televisão, altura do dia, etc.). Portanto, ao fim de alguns episódios, mesmo que a pessoa não tenha fome, a ocorrência de um estímulo vai desencadear a necessidade de consumir o respetivo alimento. Vou dar um exemplo para tentar que fique mais claro. Se eu me habituar, sempre que chego a casa ao final do dia, a comer chocolate, ao fim de alguns dias a fazer isso já não vou precisar de ter fome para comer o chocolate, pois o meu corpo vai associar o chegar a casa com o consumo de chocolate. Com base nesta teoria, o importante é identificar estas associações e saber atuar no sentido de as eliminar, tornando-se assim menos frequente o consumo de determinados alimentos. Esta é uma estratégia muito importante que pode ser um aliado fundamental se quiser perder peso! Mas nem tudo são más notícias, pois sabe-se que uma diminuição na quantidade de calorias ingerida tende a provocar uma diminuição nos episódios de vontade intensa de comer determinados alimentos.
Recentemente foi publicado um artigo no qual o assunto foi abordado de forma diferente… Os autores procuraram saber se diminuindo ou aumentando a frequência de consumo de alguns alimentos, os episódios de desejo intenso de os consumir também diminuía ou aumentava. O estudo foi realizado com pessoas com excesso de peso ou com obesidade, submetidas a tratamento de perda de peso. Verificou-se que a diminuição na frequência de consumo de alguns alimentos diminuiu, de facto, as situações de vontade intensa de os consumir, enquanto que a diminuição da quantidade ingerida dos mesmos não aparentou ter efeito significativo. Ou seja, mais importante do que diminuir a quantidade (e é importante isso acontecer, principalmente se os alimentos em causa forem muito calóricos!), é diminuir a frequência com que os mesmos são consumidos.
Saber lidar com estes desejos incontroláveis de consumo de alimentos é um passo crucial para que as estratégias de perda de peso resultem. Trata-se de um problema complexo, que deve ser analisado individualmente, mas que é possível ser trabalhado no sentido de, pelo menos, ter um impacto mínimo no objetivo de perder peso. Atualmente ainda existe muito a tendência para se valorizar essencialmente a quantidade dos alimentos, não se dando muito destaque à frequência de consumo, mas aparentemente este último aspeto é particularmente relevante. Ou seja, se não quer abdicar de determinado alimento no seu plano alimentar, pelo menos opte por comê-lo menos frequentemente, dando tempo ao seu corpo para ficar menos “dependente” do seu consumo. Não se esqueça que grande parte do nosso comportamento alimentar resulta de hábitos instalados, mais do que necessidades reais do nosso organismo…
Mas afinal, como é que surgem estes desejos (quase) incontroláveis? A teoria mais aceite diz que o consumo de determinados alimentos tem tendência a estar emparelhado com alguns estímulos (ansiedade, ver televisão, altura do dia, etc.). Portanto, ao fim de alguns episódios, mesmo que a pessoa não tenha fome, a ocorrência de um estímulo vai desencadear a necessidade de consumir o respetivo alimento. Vou dar um exemplo para tentar que fique mais claro. Se eu me habituar, sempre que chego a casa ao final do dia, a comer chocolate, ao fim de alguns dias a fazer isso já não vou precisar de ter fome para comer o chocolate, pois o meu corpo vai associar o chegar a casa com o consumo de chocolate. Com base nesta teoria, o importante é identificar estas associações e saber atuar no sentido de as eliminar, tornando-se assim menos frequente o consumo de determinados alimentos. Esta é uma estratégia muito importante que pode ser um aliado fundamental se quiser perder peso! Mas nem tudo são más notícias, pois sabe-se que uma diminuição na quantidade de calorias ingerida tende a provocar uma diminuição nos episódios de vontade intensa de comer determinados alimentos.
Recentemente foi publicado um artigo no qual o assunto foi abordado de forma diferente… Os autores procuraram saber se diminuindo ou aumentando a frequência de consumo de alguns alimentos, os episódios de desejo intenso de os consumir também diminuía ou aumentava. O estudo foi realizado com pessoas com excesso de peso ou com obesidade, submetidas a tratamento de perda de peso. Verificou-se que a diminuição na frequência de consumo de alguns alimentos diminuiu, de facto, as situações de vontade intensa de os consumir, enquanto que a diminuição da quantidade ingerida dos mesmos não aparentou ter efeito significativo. Ou seja, mais importante do que diminuir a quantidade (e é importante isso acontecer, principalmente se os alimentos em causa forem muito calóricos!), é diminuir a frequência com que os mesmos são consumidos.
Saber lidar com estes desejos incontroláveis de consumo de alimentos é um passo crucial para que as estratégias de perda de peso resultem. Trata-se de um problema complexo, que deve ser analisado individualmente, mas que é possível ser trabalhado no sentido de, pelo menos, ter um impacto mínimo no objetivo de perder peso. Atualmente ainda existe muito a tendência para se valorizar essencialmente a quantidade dos alimentos, não se dando muito destaque à frequência de consumo, mas aparentemente este último aspeto é particularmente relevante. Ou seja, se não quer abdicar de determinado alimento no seu plano alimentar, pelo menos opte por comê-lo menos frequentemente, dando tempo ao seu corpo para ficar menos “dependente” do seu consumo. Não se esqueça que grande parte do nosso comportamento alimentar resulta de hábitos instalados, mais do que necessidades reais do nosso organismo…