A gravidez é um período da vida único, onde tudo tem um encanto especial, onde tudo é mágico, mas onde o corpo da mulher sofre mudanças profundas e tem que se adaptar gradualmente a novas exigências e novos desafios. Como é lógico, trata-se de um período onde a alimentação deve merecer uma atenção ainda mais elevada, pois é necessário adaptá-la não só às necessidades da mãe, como também do feto que vai gradualmente crescendo e crescendo… Não é por isso de estranhar que uma alimentação saudável durante a gravidez seja crucial para o correto desenvolvimento do feto. Falhas nutricionais durante a gestação podem comprometer seriamente as características do bebé a curto, médio ou longo prazo. Apesar da importância da alimentação durante a gravidez, infelizmente ainda se vê muita desinformação sobre esse assunto, e muita falta de cuidado com a mesma. Nos últimos anos têm sido efetuados vários estudos no sentido de se caracterizar quais são as principais carências nutricionais de grávidas em diferentes locais do mundo, tendo-se chegado à dramática conclusão que as carências nutricionais são bastante frequentes e diversas, quer ao nível dos macronutrimentos, quer ao nível dos micronutrimentos.
De forma a contrariar esta tendência, os suplementos vitamínicos e minerais têm vindo a ganhar gradualmente relevância, sendo aconselhados por muitos profissionais de nutrição. Sem querer colocar em causa a importância que a suplementação multivitamínica pode ter em algumas populações, na maioria das vezes é possível corrigir a maior parte das carências nutricionais atuando na origem do problema, ou seja, na alimentação! Além disso não nos podemos esquecer que a suplementação implica um gasto económico que pode não ser possível de realizar por parte de famílias mais carenciadas, bem como o facto de a adesão à toma diária desses suplementos ter tendência a ser baixa e, à medida que o tempo de gestação vai passando, mais “desleixada” (obviamente que falo em termos genéricos, não querendo com isto dizer que não existem muitas mães que cumprem de forma muito rigorosa as recomendações que lhes são dadas). Por último, em países onde existem inúmeros alimentos fortificados, a suplementação pode ser menos relevante, pelo menos ao nível dos micronutrimentos mais utilizados nessas fortificações. E atenção que por vezes o consumo excessivo de alguns nutrimentos pode ser tão grave como carências do mesmo!!!
Recentemente foi publicado um artigo no qual foram estudados a adesão e o impacto que a ingestão de nutrimentos através da alimentação e da suplementação multivitamínica e mineral durante a gravidez tem em grávidas Canadianas, e qual o efeito ao nível do cumprimento das doses diárias recomendadas. Observou-se que a maioria das grávidas eram incapazes de atingir as doses recomendadas a partir da alimentação, sendo que as principais carências foram de ferro, vitamina D e ácido fólico, e a ingestão de vitamina B6, magnésio, zinco e fibra alimentar também era inferior ao recomendado em cerca de 10-15% das grávidas. O consumo de suplementos vitamínicos e minerais contribuiu para diminuir a percentagem de grávidas com consumos inferiores ao recomendado. Por outro lado, o consumo de sódio e de gordura era superior ao recomendado numa grande quantidade de grávidas.
Apesar deste estudo não ter sido realizado em Portugal, os dados foram obtidos num país desenvolvido e, por isso, pode-se supor que no nosso país possam também existir algumas carências nutricionais significativas em grávidas. É fundamental conhecer essas carências, de forma a ser possível estabelecer recomendações alimentares que possam contrariar essas carências e, se necessário, recorrer à suplementação para que o aporte de macro- e micronutrimentos seja o adequado. Em relação à suplementação, queria também destacar que há suplementos que fornecem, só eles, mais do que 100% da dose diária recomendada de alguns micronutrimentos, o que pode não ser benéfico, se a esse valor juntarmos ainda o que vem da alimentação. De facto, convém não esquecer que os nutrimentos presentes nesses suplementos devem ser somados com os presentes na alimentação, para se saber qual é a quantidade que é consumida durante o dia. Saber o que comer, quando comer e quanto comer são aspetos fundamentais para todos nós mas se tivesse que destacar períodos da nossa vida onde isso é ainda mais importante, a gravidez seria claramente um deles…
De forma a contrariar esta tendência, os suplementos vitamínicos e minerais têm vindo a ganhar gradualmente relevância, sendo aconselhados por muitos profissionais de nutrição. Sem querer colocar em causa a importância que a suplementação multivitamínica pode ter em algumas populações, na maioria das vezes é possível corrigir a maior parte das carências nutricionais atuando na origem do problema, ou seja, na alimentação! Além disso não nos podemos esquecer que a suplementação implica um gasto económico que pode não ser possível de realizar por parte de famílias mais carenciadas, bem como o facto de a adesão à toma diária desses suplementos ter tendência a ser baixa e, à medida que o tempo de gestação vai passando, mais “desleixada” (obviamente que falo em termos genéricos, não querendo com isto dizer que não existem muitas mães que cumprem de forma muito rigorosa as recomendações que lhes são dadas). Por último, em países onde existem inúmeros alimentos fortificados, a suplementação pode ser menos relevante, pelo menos ao nível dos micronutrimentos mais utilizados nessas fortificações. E atenção que por vezes o consumo excessivo de alguns nutrimentos pode ser tão grave como carências do mesmo!!!
Recentemente foi publicado um artigo no qual foram estudados a adesão e o impacto que a ingestão de nutrimentos através da alimentação e da suplementação multivitamínica e mineral durante a gravidez tem em grávidas Canadianas, e qual o efeito ao nível do cumprimento das doses diárias recomendadas. Observou-se que a maioria das grávidas eram incapazes de atingir as doses recomendadas a partir da alimentação, sendo que as principais carências foram de ferro, vitamina D e ácido fólico, e a ingestão de vitamina B6, magnésio, zinco e fibra alimentar também era inferior ao recomendado em cerca de 10-15% das grávidas. O consumo de suplementos vitamínicos e minerais contribuiu para diminuir a percentagem de grávidas com consumos inferiores ao recomendado. Por outro lado, o consumo de sódio e de gordura era superior ao recomendado numa grande quantidade de grávidas.
Apesar deste estudo não ter sido realizado em Portugal, os dados foram obtidos num país desenvolvido e, por isso, pode-se supor que no nosso país possam também existir algumas carências nutricionais significativas em grávidas. É fundamental conhecer essas carências, de forma a ser possível estabelecer recomendações alimentares que possam contrariar essas carências e, se necessário, recorrer à suplementação para que o aporte de macro- e micronutrimentos seja o adequado. Em relação à suplementação, queria também destacar que há suplementos que fornecem, só eles, mais do que 100% da dose diária recomendada de alguns micronutrimentos, o que pode não ser benéfico, se a esse valor juntarmos ainda o que vem da alimentação. De facto, convém não esquecer que os nutrimentos presentes nesses suplementos devem ser somados com os presentes na alimentação, para se saber qual é a quantidade que é consumida durante o dia. Saber o que comer, quando comer e quanto comer são aspetos fundamentais para todos nós mas se tivesse que destacar períodos da nossa vida onde isso é ainda mais importante, a gravidez seria claramente um deles…
