Cerca de um terço da população está em risco de desenvolver carência de iodo (mais informações sobre a carência e o excesso de iodo neste post). Este conjunto inclui as grávidas, pessoas que habitem regiões com solos pobres em iodo (nomeadamente Sul e Sudeste da Ásia, Nova Zelândia e vários países Europeus, principalmente os mais montanhosos) e pessoas que tenham um padrão alimentar vegetariano (mais informações sobre o vegetarianismo neste post) ou vegano (mais informações sobre o veganismo neste post).
A melhor forma de se obter iodo é recorrendo às fontes naturais do mesmo (mais informações sobre o iodo neste post). Infelizmente a quantidade de alimentos que contêm um teor elevado de iodo é limitada. As melhores fontes alimentares deste mineral são as algas (marinhas), nomeadamente nori, kombu, wakame e kelp. Aliás, apesar de não serem muito utilizadas na nossa gastronomia, as algas apresentam, de uma maneira geral, uma riqueza nutricional muito elevada, pelo que vale a pena incluí-las com alguma regularidade na nossa alimentação… Além das algas, há a destacar o pescado marinho, ou seja, peixe, marisco e cefalópodes, desde que a sua proveniência seja marinha. Quanto aos alimentos de origem vegetal, a sua riqueza em iodo está diretamente relacionada com a abundância do mesmo no solo. Em relação à carne, ovos e laticínios, o seu teor de iodo depende da quantidade de iodo ingerida pelos animais, o que, quase sempre, está diretamente relacionado com a riqueza (ou não) de iodo no solo. Parece-me importante referir que também há alimentos que contêm alguns antinutrientes (mais informações sobre os antinutrientes neste post) que diminuem a biodisponibilidade do iodo (mais informações sobre o que é a biodisponibilidade neste post), nomeadamente a soja, nabos, couves, brócolos (mais informações sobre os brócolos neste post), couve-flor e mandioca (mais informações sobre a mandioca neste post).
As algas e o pescado marinho são as melhores fontes alimentares de iodo.
Apesar da potencial escassez de iodo na alimentação, há uma forma muito simples e eficaz de diminuir significativamente o risco de carência, que passa pela utilização de sal iodado. Ao utilizá-lo vai garantir que todas as suas refeições lhe vão fornecer algum iodo, independentemente dos alimentos que consumir. Um bom exemplo da eficácia desta estratégia é o que acontece nos Estados Unidos, pois até ao início do século 20 a carência de iodo era muito frequente nesse país, algo que começou a tornar-se progressivamente mais raro a partir do momento que começaram a fortificar o sal com iodo. Atualmente há mais de 120 países com programas de fortificação do sal com esse mineral. Por isso já sabe, da próxima vez que for comprar sal, opte por sal iodado!
O iodo pode ainda ser obtido a partir de suplementos. Como já tive oportunidade de referir várias vezes, não tenho nada contra os suplementos, mas acredito que estes só são necessários em casos nos quais a alimentação, por diversos motivos, não consegue assegurar níveis adequados dos diferentes nutrientes (mais informações sobre os suplementos alimentares neste post). De qualquer forma, só devem ser consumidos se forem recomendados por um profissional devidamente qualificado.
Quando comprar sal, opte pelas versões fortificadas com iodo, de forma a garantir que ingere diariamente este mineral.
2 Comments
Laerte Favero
Obrigado. Pergunta: existe algum produto que neutralize o iodo da alimentação (p. pessoas alérgicas a frutos do mar) ?
João Rodrigues
Quando fala em neutralizar o iodo, está a referir-se a uma inibição da absorção intestinal de iodo?