O que é a biodisponibilidade dos nutrientes?

Quando se fala em alimentação, há muitas características que podem e devem ser valorizadas, que vão desde o sabor, textura, cor, contexto social, tradições, custo, entre outras. Além de todas estas importantes características, que dão a cada alimento uma importância individualizada, há também a incontornável (e fundamental!) composição nutricional.

Felizmente tem havido uma clara evolução na forma como as pessoas lidam com os alimentos, e, consequentemente, na forma como são tomadas as decisões alimentares. Nunca tanto como agora se valorizou o papel da alimentação na manutenção da saúde, e na prevenção de doenças. Não há dúvidas que, além da sua dimensão psicológica, os alimentos dão-nos tudo o que precisamos para que o nosso corpo funcione corretamente. Estou a falar dos inevitáveis nutrientes (mais informação sobre os nutrientes neste post). De uma maneira geral, os nutrientes são substâncias que são indispensáveis para que o nosso corpo funcione corretamente. Dentro dos nutrientes, temos os macronutrientes (mais informações sobre os macronutrientes neste post) e os micronutrientes (mais informações sobre os micronutrientes neste post), dos quais fazem parte as vitaminas e os minerais.

Há várias classes de nutrientes, sendo de destacar os macronutrientes e os micronutrientes (vitaminas e minerais).

Os avanços científicos das últimas décadas têm-nos permitido perceber que a quantidade necessária de cada nutriente depende de vários fatores, começando, obviamente, pela identidade de cada nutriente. Nesse sentido, há atualmente tabelas com recomendações sobre a quantidade que é necessária ingerir de cada nutriente. Sem dúvida que este tipo de informação é extremamente útil, mas como é óbvio apresenta uma limitação muito importante… Uma coisa é a quantidade que é consumida, outra coisa é a quantidade útil que o nosso corpo utiliza. E é aqui que entra o conceito de biodisponibilidade.

Dito de uma forma simples, a biodisponibilidade de um determinado nutriente é a quantidade do mesmo que é efetivamente utilizada pelas nossas células. Trata-se de uma característica que depende de vários fatores, nomeadamente da capacidade de digerir os alimentos e de absorver os respetivos nutrientes. Quanto mais elevada for a biodisponibilidade, maior será a quantidade de nutriente que é aproveitada de forma útil pelo nosso corpo. Por exemplo, se um nutriente apresentar uma biodisponibilidade de 50%, significa que do total que eu ingerir, apenas irei conseguir aproveitar metade. Já se a biodisponibilidade for 100%, irei conseguir utilizar tudo o que ingeri. Ou seja, trata-se de um conceito indispensável quando se pretende perceber se se está a consumir a quantidade necessária de cada nutriente, pois independentemente da quantidade ingerida, o que interessa é a quantidade que depois é efetivamente utilizada.

Claro que a biodisponibilidade é um conceito muito difícil de quantificar, pois depende de fatores da própria pessoa, como o funcionamento do sistema digestivo naquela altura, mas também de fatores externos, como a composição da alimentação em cada refeição. A este nível convém não esquecer que há vários alimentos que apresentam na sua composição os chamados antinutrientes, que diminuem a biosdipoinibilidade de certos nutrientes (mais informações sobre os antinutrientes neste post). Por isso já sabe, ter uma alimentação saudável não é necessariamente o mesmo que ingerir a quantidade diária recomendada de cada nutriente, mas sim garantir que as nossas células recebem essa mesma quantidade…

A biodisponibilidade de um nutriente diz respeito à quantidade de nutriente que é efetivamente captada e utilizada pelo nosso corpo.