Nutrição geral

Costuma ler os rótulos dos alimentos?

Ir às compras é um tormento para alguns, enquanto que para outros é algo que dá muito prazer. Claro que falar em compras é sempre muito subjetivo, porque posso estar a falar de passear nas ruas e fazer compras no comércio local, posso estar a referir-me à ida a um centro comercial, ou ainda fazer compras numa mercearia ou num hipermercado, por exemplo. Além disso, também se pode comprar muitos produtos diferentes, como alimentos, roupa, brinquedos, etc., e esse acaba por ser o fator decisivo para muitas pessoas. Obviamente que para este post, interessa-me falar em alimentos.


Quando se compra um alimento, há vários aspetos que podem ser valorizados: a marca, a quantidade, o sabor, as recomendações, o preço, a origem, entre outros. Contudo, há algo que deveria ser uma das principais características a valorizar, mas que, para muitos, não tem grande impacto, que é a informação que vem nos rótulos. Confesso que gosto particularmente de ir às compras quando o tema é a alimentação, não só por motivos profissionais, mas porque é algo que eu valorizo. Como é óbvio, sempre que tenho tempo, dedico-me à leitura dos rótulos. Também costumo estar atento à forma de consumo das pessoas que me rodeiam, no sentido de perceber até que ponto é que a leitura dos rótulos é frequente. É simplesmente assustador perceber que muito poucas pessoas lêem rótulos! Ou melhor, é assustador perceber que a grande maioria das pessoas apenas lê a parte menos importante dos rótulos, que é aquela que nos colocam mesmo à frente dos olhos – a parte da frente das embalagens.

 

A leitura dos rótulos dos produtos alimentares é algo que, apesar de ser muito importante, não é feito pela maior parte das pessoas.

 


Se pensar um pouco no processo de ir às compras a um supermercado, por exemplo, percebe que nós somos facilmente manipulados pela indústria alimentar. A parte mais importante do rótulo, que é a sua composição nutricional e a listagem dos ingredientes, está escondida na parte de trás (ou de baixo!) da embalagem, em letras pequenas, e sem cores de destaque. Ao contrário do que se passa com o nome da marca, que normalmente tem um design muito apelativo, e com imagens a decorar. Ou, eventualmente uma ou outra propriedade do produto em causa, que muitas vezes serve apenas para mascarar uma composição menos interessante. Por exemplo, é frequente ver frases como “Alto teor de fibra”, “Light” ou “Baixo teor de gordura” em produtos que são nutricionalmente muito questionáveis. Mas como esse produto tem alguma dessas características, ao destacar essa informação acaba por se conseguir desviar a atenção do consumidor… Como se isso não bastasse, apesar de muitas vezes o espaço disponível no rótulo ser considerável, a informação nutricional e a composição aparecem com letras tão pequenas que às vezes quase que parece que só com um microscópio é que se consegue ler!


Portanto, gostaria de terminar lançando-lhe um desafio. Da próxima vez que for às compras, tente ir com algum tempo disponível, e leia com atenção os rótulos de alguns produtos. Procure alternativas e compare diferentes produtos. Afinal, provavelmente já faz isso em relação ao preço, porque é que não o faz para se informar sobre em que é que vai gastar o dinheiro, para saber o que é que realmente vai comer? Eu sei que nem sempre é fácil “descodificar” as informações que aparecem no rótulo, e por isso em breve irei escrever um post sobre quais as principais características que deve valorizar na leitura do mesmo…

 

Os rótulos são criados de forma a destacar apenas o que as marcas pretendem, escondendo ou camuflando partes tão ou mais importantes do que as destacadas.

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