As favas são um alimento que tanto desperta ódio como paixão, por parte dos consumidores. É daqueles alimentos que normalmente ou se gosta muito ou se detesta… não é frequente ouvir-se dizer que alguém gosta “mais ou menos” de favas. As favas são um alimento que pertence à classe das leguminosas, da qual também fazem parte os feijões (mais informações sobre os feijões neste post), o grão-de-bico, a soja, as lentilhas e as ervilhas. Apesar de serem um alimento que faz parte da gastronomia tradicional Portuguesa, as favas são, possivelmente, as leguminosas menos consumidas. Quais as razões para isso acontecer? Possivelmente o seu sabor característico, que está longe de ser consensual.
As favas pertencem à família das ervilhas. Pensa-se que serão originárias da região do Mediterrâneo / Sudoeste Asiático. Terão sido descobertas há vários milénios, na região de Israel, tornando-se uma comida muito comum nas civilizações Egípcia, Grega e Romana. Devido à sua versatilidade e textura, rapidamente conquistaram um lugar nas gastronomias locais, sendo consumidos pela população em geral, mas também por soldados e desportistas. A sua facilidade de armazenamento (após secagem) contribuiu de forma decisiva para o sucesso das favas até ao século 16, altura em que o consumo de batata começou a ficar generalizado. Apesar de normalmente só se consumirem as favas, as vagens mais pequenas, e as folhas da planta também são comestíveis.
Do ponto de vista nutricional, as favas são um alimento muito interessante, pois além de serem uma excelente fonte de proteína e de fibra, contêm quantidades elevadas de várias vitaminas e minerais. Adicionalmente, possuem ainda um elevado teor de compostos bioativos, com propriedades antioxidantes e anti-inflamatórias.
As favas são um tipo de leguminosas que era particularmente popular até à Idade Média. A sua versatilidade, textura e riqueza nutricional tornam-nas um alimento muito interessate e que pode e deve ser consumido de forma regular.
O que é que se pode encontrar em 100g de favas?
– 341kcal
– 58,3g hidratos de carbono
– 26,1g proteína
– 1,5g gordura
– 25g fibra
– 106% da dose diária recomendada (DDR) de ácido fólico
– 81% da DDR de manganês
– 48% da DDR de magnésio
– 42% da DDR de fósforo
– 41% da DDR de cobre
– 37% da DDR de vitamina B1 e de ferro
– 30% da DDR de potássio
– 21% da DDR de zinco
– 18% da DDR de vitamina B6
– 14% da DDR de vitamina B3
– 12% da DDR de selénio
– 11% da DDR de vitamina K
– 10% da DDR de vitamina B5 e de cálcio
Curiosidade 1: Sabia que o cantor José Cid tem uma canção chamada “Favas com Chouriço”, na qual faz referência a esse prato tão Português?
Curiosidade 2: Há umas décadas havia a tradição de colocar uma fava seca dentro do bolo-rei. Dizia-se que na altura de o consumir, quem recebesse a fatia com a fava tinha que pagar o mesmo.
Curiosidade 3: Se quiser, e gostar, pode comer as favas cruas. Tenha em atenção que se o fizer, a possibilidade de aparecimento de algum tipo de efeito intestinal (nomeadamente flatulência) é mais elevada.
4 Comments
Antonio Miranda
Cheguei aqui porque estava à procura do valor nutricional das favas sendo que as tenho utilizado numa dieta hipocalórica de perda de peso como alternativa a outros feijões para conseguir diversificar e por essa via conseguir manter a dieta pelo tempo necessário.
Na verdade, em crianças favas era quela refeição que muito dificilmente eu conseguiria comer sem uma grande pressão por parte da minha mãe.
Como é também sabido o nosso palato evolui e hoje gosto bastante.
O artigo está muito bom e informativo. Parabéns!
João Rodrigues
Obrigado pela mensagem. 🙂
Quintino R. Fernandes
concordo com tudo isto que lí e gosto muito se consumido e quando posso consumo e choro por mais .
João Rodrigues
Também gosto muito de favas. 🙂