Se eu tivesse que escolher um alimento que melhor caracteriza o outono, com os dias solarengos mas já bastante frios, seria, sem dúvida, a castanha! O consumo de castanhas atinge o seu expoente máximo no dia 11 de novembro, o dia de S. Martinho (que está quase a chegar!). Comer castanhas é frequentemente sinónimo de diversão e de convívio nos célebres magustos que já se começaram a realizar um pouco por todo o país. Normalmente os mais novos fazem magustos nas escolas, falam sobre as castanhas e os ouriços e muitos aproveitam até para conhecer um pouco mais sobre o castanheiro e as suas particularidades… Comer castanhas é também, para muita gente, sinónimo de provar o vinho produzido umas semanas antes. E em muitas aldeias, há ainda a tradição de matar um porco por esta altura, sendo que normalmente essa situação é motivo de festa e de convívio entre familiares e amigos/vizinhos. Portanto, como pode verificar, a castanha é um fruto que está fortemente relacionado com as tradições da cultura Portuguesa, não apenas pelo seu papel como alimento, mas também por tudo o que representa nos usos e costumes da população.
A castanha é originária da Ásia (principalmente China, Coreia e Japão), onde é cultivada há mais de 6000 anos. Pensa-se que esteja presente na Europa há cerca de 3000 anos. Apesar de, por definição, pertencer ao grupo dos frutos secos, na realidade não faz parte da família dos frutos oleaginosos (noz, amêndoa, avelã, etc.), pois a quantidade de gordura que possui é muito mais baixa. Devido a isso, do ponto de vista nutricional as castanhas acabam até por estar mais próximas dos cereais.
A castanha é um fruto seco com propriedades nutricionais muito diferentes dos chamados frutos oleaginosos, pois apresentam um teor de gordura baixo e uma grande quantidade de hidratos de carbono.
As suas características únicas não só ao nível do sabor mas acima de tudo por causa da textura tornam as castanhas um alimento que pode ser utilizado de várias formas na culinária, de forma isolada ou combinada com outros alimentos. Nutricionalmente apresentam algumas propriedades bastante interessantes, pois são uma excelente fonte de fibra, de várias vitaminas (particularmente do complexo B) e de muitos minerais. Devido a isso, não é de estranhar que o seu consumo possa estar relacionado com vários potenciais benefícios para a nossa saúde (em breve irei dedicar um post a esse assunto).
As principais formas de confecionar as castanhas são cozer ou assar. Não poderia deixar passar a oportunidade sem referir que as castanhas cozidas são bem menos calóricas do que as assadas (a diferença é superior a 30%!), por causa da quantidade de água que contêm. Ou seja, as castanhas em si apresentam a mesma quantidade de calorias, mas quando se come castanhas cozidas está-se a consumir uma quantidade considerável de água.
As castanhas são um alimento muito interessante do ponto de vista nutricional, pois contêm grandes quantidades de fibra, várias vitaminas e minerais. Em relação às calorias, as castanhas cozidas apresentam menos calorias por 100g, pois contêm uma quantidade de água superior.
O que é que se pode encontrar em 100g de castanhas?
– 213kcal
– 45,5g hidratos de carbono
– 2,4g proteína
– 2,3g gordura
– 8,1g fibra
– 54% da DDR (dose diária recomendada) de vitamina C
– 48% da DDR de manganês
– 45% da DDR de cobre
– 27% da DDR de vitamina B6
– 26% da DDR de potássio
– 22% da DDR de vitamina B1
– 16% da DDR de ácido fólico
– 13% da DDR de fósforo
– 12% da DDR de vitamina B2
– 11% da DDR de magnésio
– 9% da DDR de vitamina B5
– 7% da DDR de vitamina B3, zinco e ferro
